Manifestantes pedem impeachment de Bolsonaro em protestos neste domingo (12).
Manifestantes levantam cartazes contra o governo Bolsonaro no domingo (12), em Brasília. Foto: Cristiano Ghorgomillos/Brasil 61
Atos contra o governo de Jair
Bolsonaro aconteceram em 17 cidades do País. Impeachment do presidente da
República, vacinação em massa e combate à crise econômica foram as pautas da manifestações.
Manifestações contra o governo de
Jair Bolsonaro (sem partido) aconteceram em diversas capitais e cidades
brasileiras neste domingo (12). Além de pedirem o impeachment do presidente da
República, os manifestantes cobraram também a vacinação em massa e o combate à
crise econômica.
Organizado pelo Movimento Brasil
Livre (MBL), Livres e Movimento Vem Pra Rua, os atos aconteceram em 17 cidades
brasileiras. Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES) e Manaus
(AM) iniciaram as manifestações ainda pela manhã.
Em Brasília, os atos começaram
por volta das 15h e contaram com a presença de diversas lideranças políticas.
Entre eles, o presidente nacional do partido Cidadania, Roberto Freire, disse
não haver espaço para divisão em um momento como esse. “Aqui é um espaço de
todos que são oposição ao Bolsonaro, sem veto. Nesse sentido, esse é o primeiro
passo”, destacou Freire.
O Coordenador do Livres no
Distrito Federal, Matheus Leoni, disse que as principais pautas das
manifestações são o pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro e a
defesa da democracia. “Hoje conseguimos reunir grupos dos partidos dos mais
variados espectros ideológicos, com um único propósito, que é garantir a
democracia no País. Porque, apesar de termos inúmeras divergências, a
democracia nos une.”
Representante do Movimento Brasil
Livre (MBL) em Brasília, Thiago Couto Duque, destacou que, apesar de haver
muitas pautas que merecem manifestação da população, os atos deste domingo são
focados em solicitar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
“Acho que o impeachment nunca
esteve tão perto. Se as manifestações de hoje em Brasília e no restante do
Brasil forem boas, vai ser o empurrão que falta para o Arthur Lira sentir a
pressão e pautar o tema.”
O professor Nilton Barroso, 39,
também compareceu às manifestações na Esplanada dos Ministérios. Para ele,
atentados contra a democracia vem acontecendo no Brasil. Entretanto, o
professor não sabe se é favor do impeachment do presidente. “Tenho sentimentos
misturados. Acho que o ideal seria ele sair, mas é preciso pensar bem se essa é
uma saída viável.”
A empresária Priscila da Mata,
40, diz que compareceu às manifestações para defender os direitos de liberdade
individual. “Eu vim lutar pelos direitos da democracia, pelo direito de falar,
pelo direito de andar e ser o que quisermos ser. Atualmente, a gente percebe
uma movimentação contrária ao que é diverso, e essa manifestação é para
corrermos atrás desses direitos”, afirma.
Outras cidades também registraram
manifestações no período da tarde contra o governo Bolsonaro, como Belém (PA),
Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa
(PB), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Teresina (PI) e Natal (RN).
Protestos na Avenida Paulista
Na Avenida Paulista (SP), as
manifestações iniciaram no fim da manhã e se concentraram em frente ao Museu de
Arte Moderna de São Paulo (Masp) e à Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp). Com diversos trios elétricos, o ato contou com a participação de
políticos e do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, que falou sobre uma
conversa que teve com Jair Bolsonaro no início da pandemia de coronavírus. “Eu
falei que essa doença [Covid-19] é grave, que essa doença é contagiosa. E ele
olha e diz: ‘mas só vai morrer quem tem que morrer’”, disse Mandetta.
Outros parlamentares, como a
senadora Simone Tebet (MS/MS), a deputada Tábata Amaral (PDT/SP) e o
pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), também discursaram
durante o ato na Paulista.
Manifestação pró-Bolsonaro
A manifestação a favor do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocorreu na manhã deste domingo
(12), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, teve baixa adesão. Diferente
do cenário de 7 de setembro, em que 400 mil pessoas foram às ruas da capital
federal, desta vez, era possível encontrar apenas um trio elétrico e um pequeno
grupo de apoiadores.
Apesar disso, alguns
manifestantes percorreram quilômetros para prestar apoio ao presidente da
República. O mecânico Ezequiel Lima, que veio de Paraopeba (PA), disse que os
protestos deste domingo são um ato de resistência e que as pautas defendidas
ainda são as mesmas da manifestação do feriado da Independência (7). “Queremos
o voto impresso auditável com contagem pública e o impeachment dos ministros
Alexandre de Morais e Barroso”, disse Ezequiel.
Em Brasília há uma semana para
prestar apoio a Jair Bolsonaro, o manifestante de Canoinhas (SC), José Luís,
disse que luta por um País equilibrado institucionalmente. “A nossa
Constituição está sendo rasgada. Precisamos de limite, pois algumas pessoas
daqui [Brasília] estão extrapolando suas funções.”
Fonte: Brasil 61 -
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