Ministério da Saúde aumenta recursos para prevenção e tratamento de câncer de próstata.
O câncer de próstata é o tipo
mais comum a atingir os homens no Brasil e, de acordo com dados do Instituto
Nacional de Câncer (Inca), mais de 15 mil pessoas morreram por causa da doença
em 2019.
Para fortalecer as ações de
prevenção e tratamento dos homens contra o câncer de próstata, nesta
quarta-feira (17), o Ministério da Saúde lançou a Linha Azul, uma estratégia de
cuidados com a saúde masculina que tem início desde o momento em que a pessoa procura
por uma unidade de saúde para atendimento, passando por diversas especialidades
médicas e exames, até o tratamento final de doenças complexas.
Uma das medidas mais importantes
dessa ação foi o reajuste financeiro na tabela dos exames de biópsia para
identificação do câncer de próstata e os equipamentos utilizados nesse
procedimento. Com isso, a tabela de pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS)
para procedimentos de biópsia de próstata pode aumentar para R$7,3 milhões o
investimento em diagnóstico.
Para o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, a revisão no valor desse tipo de procedimento vai ajudar a ampliar o
diagnóstico precoce e, por consequência, salvar mais vidas. “A política de
enfrentamento ao câncer, do Ministério da Saúde, é uma das maiores políticas do
mundo. Nós temos o Instituto Nacional de Câncer, uma instituição que nos
fornece dados epidemiológicos e dados importantes para o conhecimento da
afetação da nossa sociedade por essa doença. Por exemplo, nos últimos dois anos
tivemos mais de 68 mil novos casos de câncer, mas por outro lado, nós temos
mais de 300 centros que cuidam do câncer no Brasil”, destacou o ministro.
O câncer de próstata é o tipo
mais comum a atingir os homens no Brasil e, de acordo com dados do Instituto
Nacional de Câncer (Inca), mais de 15 mil pessoas morreram por causa da doença
em 2019 - que é o dado mais recente sobre óbitos relacionados a esse tipo de
câncer.
A próstata é uma glândula que
existe apenas no homem e se localiza na parte baixa do abdômen. A próstata
produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado
durante o ato sexual - apesar disso, esse órgão não tem qualquer ligação com a
ereção ou o orgasmo. Esse é um tipo de câncer mais identificado na terceira
idade, uma vez que 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
O diagnóstico precoce da doença
oferece chances de cura próximas a 90%. Por isso, a diretora do Departamento de
Atenção Especializada em Temática do Ministério da Saúde (Daet), Maíra Botelho,
explica que é importante buscar atendimento tão logo apareçam os
sintomas.
“Nosso foco é conscientizar a população da importância do diagnóstico precoce. Então, na presença de algum sinal de alerta, é necessário sempre procurar a unidade básica de saúde mais próxima de casa, buscar ajuda médica. Os sintomas mais comuns presentes são disfunção erétil e qualquer alteração no padrão urinário desse paciente, como sangue na urina, demora em começar ou terminar de urinar e a necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite”, detalhou a diretora.
O Brasil realiza, em média, 685
mil procedimentos para tratamentos de câncer de próstata por ano, com
investimento anual de R$360 milhões. O tratamento depende da localização da
doença, podendo ser indicado cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, além de
procedimento cirúrgico combinado com tratamento hormonal.
Sintomas
Além de ter uma taxa de
mortalidade alta, o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma nas fases
iniciais ou, quando apresenta, são semelhantes aos do crescimento benigno da
próstata: dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia
ou à noite. Quando na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas
urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Prevenção
Manter hábitos saudáveis é a
melhor forma de evitar a doença. Uma alimentação balanceada com frutas,
verduras, legumes, grãos e cereais integrais, aliada à uma ingestão menor de
gordura, ajudam a diminuir o risco de câncer. Da mesma forma, fazer uma
atividade física ao menos 30 minutos por dia, manter o peso adequado à altura
(já que estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens
com peso corporal elevado), diminuir o consumo de álcool e não fumar, são
algumas das recomendações que ajudam a prevenir contra essa e outras doenças.
Uma informação importante no caso
do câncer de próstata é a hereditariedade como fator relevante. Caso haja algum
parente próximo, pai ou irmão, com a doença antes dos 60 anos, o risco de se
ter a doença aumenta entre 3 e 10 vezes, se comparado à população em geral.
Detecção
Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), existem duas diferentes estratégias para o diagnóstico: uma
destinada às pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico
precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente
saudáveis (rastreamento). Para isso, são realizados dois tipos de exames:
Exame de toque retal - O médico
avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por
uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e
lateral da próstata.
Exame de PSA - É um exame de
sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno
Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar
câncer, mas também doenças benignas da próstata.
O Ministério da Saúde, assim como
a Organização Mundial da Saúde, não recomenda a realização do rastreamento do
câncer de próstata por existirem evidências científicas de que o rastreamento
sem sintomas produz mais dano do que benefício.
O Instituto Nacional de Câncer
também é contra a organização de programas para realização de exames sem
sintomas ou fatores de risco e orienta que os homens que demandam
espontaneamente o rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os
riscos e provável ausência de benefícios associados a esta prática.
O rastreamento sem critérios ou
fatores de risco aumentam as chances de diagnóstico de cânceres, que não
evoluíram nem ameaçaram a vida, submetendo os homens a um tratamento que pode
causar impotência sexual e incontinência urinária.
Fonte: Brasil 61 -
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