Consumidor arcará com R$ 30,2 bi de déficit do setor elétrico em 2022. Aneel aprova orçamento da CDE para este ano.
O consumidor arcará, em 2022, com
déficit de R$ 30,219 bilhões da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A
estimativa foi aprovada nesta terça-feira (26) pela diretoria da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pode resultar em impacto médio de 3,39%
na conta de luz dos consumidores de todo o país.
O efeito varia conforme as
regiões. Os consumidores do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste terão impacto de
4,65% nas tarifas. Para os consumidores do Norte e do Nordeste, o aumento será
um pouco menor: 2,41%.
O resultado negativo de 2022 será
54,3% maior que o de 2021. No ano passado, a CDE registrou déficit de R$ 19,581
bilhões.
Fundo setorial que financia
diversos subsídios ao setor energético, a CDE reúne nove subsídios para
consumidores de baixa renda, rurais, produtores que utilizam fontes renováveis,
distribuidoras de pequeno porte e cooperativas de eletrificação e produtores de
carvão mineral. O déficit do fundo é repassado aos consumidores.
Segundo o diretor Hélvio Guerra,
relator da proposta de orçamento da CDE, o resultado negativo pode ser
diminuído caso a CDE receba R$ 5 bilhões adicionais decorrentes do processo de
privatização da Eletrobras.
Fim de bandeira
O repasse do déficit da CDE aos
consumidores representa mais um componente das tarifas de energia em 2022.
Algumas medidas recentes resultarão em tarifas mais baixas, como o fim das
bandeiras tarifárias, que entrou em vigor no último dia 16 e representará
redução de cerca de 20% na conta de luz.
A recuperação dos reservatórios
das principais usinas hidrelétricas no Sudeste e no Centro-Oeste contribuiu
para a retirada das bandeiras tarifárias. Essas bandeiras custeiam o
acionamento de usinas termelétricas para cobrir a escassez de energia hídrica.
Empréstimo
Mesmo com o fim das bandeiras
tarifárias, o consumidor arcaria com gastos extras em 2022 para cobrir os
impactos financeiros da crise hídrica do ano passado. Para evitar um tarifaço
neste ano, o governo editou medida provisória autorizando empréstimo de um pool
de bancos públicos e privados para as distribuidoras de energia serem
ressarcidas.
Em março, a Aneel aprovou
empréstimo, no valor de R$ 10,5 bilhões. Apesar de reduzir a alta da tarifa
neste ano, a operação de crédito resultará em tarifas mais altas para os
consumidores a partir de 2023. Isso porque caberá aos consumidores pagar o
empréstimo em parcelas ao longo dos próximos anos, por meio de um encargo na
conta de luz.
Agência Brasil
Nenhum comentário