Vacinação contra sarampo e gripe começa nesta segunda-feira, 4 de abril.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Campanha deste ano visa
crianças de 6 meses a menores de 5 anos, além de profissionais da saúde.
A Campanha Nacional de Vacinação
contra o Sarampo neste ano será voltada a crianças de seis meses a menores de 5
anos e trabalhadores da saúde. A mobilização começa nesta segunda-feira (4), em
conjunto com a Campanha de Vacinação contra a Influenza, vírus causador de
gripes.
O sarampo é uma doença grave e
altamente contagiosa causada por um vírus, além de ser potencialmente mortal
para crianças. Antes da introdução da vacina, em meados da década de 1960, as
epidemias da doença matavam cerca de 2,6 milhões ao ano. E mesmo com a vacina,
o sarampo continua a ser uma das principais causas de morte entre crianças em
todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, em 2017
aproximadamente 110 mil pessoas morreram por causa do vírus, a maioria delas
crianças com menos de cinco anos.
O infectologista Hemerson Luz
explica que a questão do sarampo no Brasil é complicada porque o vírus foi
quase erradicado com boas campanhas de vacinação, mas, nos últimos anos, o país
voltou a registrar casos. Isso pode se tornar um problema, se a cobertura
não alcançar a maioria da população.
“O sarampo é uma situação até
especial porque ele já estava quase erradicado no Brasil e ele voltou a ter
caso. Nós voltamos a ter casos de sarampo porque diminuiu a cobertura vacinal.
O sarampo é altamente transmissível e caso a cobertura esteja abaixo de 90% ele
pode se disseminar. Uma das últimas coberturas vacinais, dependendo da
localidade, tem cidades do interior que não chegaram a 50%”, alerta o
infectologista.
As crianças brasileiras de seis
meses a menores de 5 anos totalizam um público de 12,9 milhões e a meta do
Ministério da Saúde é vacinar, no mínimo, 95% desse público, ou seja, cerca de
12,3 milhões. O intuito é atualizar as doses que ainda estejam atrasadas, além de
proteger esse público contra a doença, considerando o risco diante da maior
exposição nos serviços de saúde. Nesta estratégia, as vacinas tríplice viral e
influenza serão ofertadas para administração na mesma visita ao serviço de
saúde. A Pasta ressalta que a vacinação simultânea é uma atividade recomendada
pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para redução de oportunidades
perdidas de vacinação.
Hermerson Luz explica que os pais
não devem temer a vacina ou dar ouvidos às notícias falsas sobre os imunizantes
que circularam ultimamente, principalmente por causa da pandemia. O
infectologista ressalta que a vacina é segura e na última década evitou milhões
de mortes. “As pessoas estão com receio da vacina, por muitas notícias que
acabaram sendo veiculadas relacionando a vacina com outros problemas de saúde
que não são verdadeiros. Vacina não se relaciona com o autismo e algumas
pessoas estão considerando isso uma verdade. Diminuiu, inclusive, a cobertura
vacinal da poliomielite. O Brasil entrou agora na lista de países com risco de
ter casos de poliomielite porque a cobertura vacinal também baixou. É de suma
importância que os pais responsáveis levem suas crianças para vacinar porque o
sarampo é uma doença potencialmente grave”, aponta o infectologista.
Karoline Pereira da Silva,
professora, 39 anos, foi mãe pela primeira vez há sete meses e sabe a
importância que tem as vacinas na saúde de uma criança. Ela entende que, ao
vacinar Eduarda contra o sarampo, não estará protegendo apenas a filha, mas
também outras crianças.
“Eu vou estar protegendo minha
filha contra o vírus, e como é um vírus que é passado de pessoa para pessoa, eu
vou estar evitando que esse vírus vire uma pandemia. Porque vai dissipando essa
doença. Estou evitando que minha filha fique doente com esse vírus e evitando
com que a população também pegue”, destaca Karoline.
Calendário
Além das crianças, os
trabalhadores da saúde serão convocados para atualizar a situação vacinal.
Confira o calendário da 8ª Campanha Nacional de Seguimento e Vacinação de
Trabalhadores da Saúde contra o Sarampo
De 4 de abril a 2 de maio:
vacinação dos trabalhadores da saúde - juntamente com a primeira etapa da
vacinação contra influenza;
De 3 de maio a 3 de junho de
2022: campanha de seguimento contra o Sarampo para crianças de 6 meses a
menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) – juntamente com a segunda etapa
da vacinação contra influenza.
Sarampo
O sarampo é uma doença viral
grave e altamente contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à
morte. Os primeiros sintomas são febre, tosse, coriza, como um resfriado comum.
O paciente pode ter perda de apetite e apresentar conjuntivite, com olhos
vermelhos, lacrimejantes e fotofobia.
O sintoma mais característico são
as manchas vermelhas na pele. Essas erupções começam no rosto, na região atrás
da orelha, e vão se espalhando pelo corpo. O paciente também pode sentir dor de
garganta.
A maior preocupação do sarampo
está direcionada a crianças pequenas e pacientes imunocomprometidos, pois o
vírus pode causar graves problemas de saúde:
>diarreia intensa
>infecção de ouvido
>perda da visão
>pneumonia
>encefalite (inflamação do
cérebro)
A maioria dos casos de mortes
decorrem de complicações no trato respiratório ou de encefalite.
A pessoa que tem sarampo pode
começar a transmitir a doença cerca de cinco dias antes de aparecerem as
manchas na pele. Além disso, ela continua transmitindo o vírus quatro dias
depois de as erupções terem desaparecido. A vacina é a única forma de prevenção.
Fonte: Brasil 61 -
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