Fila de espera do Auxílio Brasil chega a 3 milhões, diz CNM.
Fila praticamente dobrou de
tamanho em apenas um mês
Os municípios de todo o país
contabilizam uma demanda reprimida de 2,78 milhões de famílias para ter acesso
ao Auxílio Brasil. Os dados foram divulgados neste domingo, 19, pelo Estadão
com base em mapeamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
"Pelos dados da CNM, entre
março e abril, a demanda reprimida subiu em velocidade que se aproxima dos
dados apurados antes da migração do programa Bolsa Família, extinto no ano
passado, para o Auxílio Brasil, que era de 3,1 milhões de famílias. De um mês para
o outro, houve um aumento real de mais de 1,480 milhão de famílias à espera do
benefício."
Sendo assim, a fila praticamente
dobra de tamanho em apenas um mês, um crescimento de 116%. Salta de 1,307
milhões de famílias (2,1 milhões de pessoas) para 2,788 milhões de famílias
(5,3 milhões de pessoas), faltando pouco mais de 401 mil famílias para se
atingir o patamar anterior à transição dos programas.
A velocidade do crescimento da
demanda reprimida vem surpreendendo e preocupando os prefeitos, que na ponta
sentem as cobranças da população na esteira do aumento da pobreza nas suas
localidades. É nos municípios que as famílias fazem o cadastramento ao programa
no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) para ter acesso à rede de
proteção social do país.
Enquanto as prefeituras alertam
para a necessidade de reforçar o programa, especialistas defendem uma grande
mobilização para enfrentar o aumento da fome. Eles apontam falhas no desenho
dos benefícios do Auxílio Brasil e chamam atenção para a necessidade de
direcionar recursos ao Alimenta Brasil, programa de aquisição de alimentos de
agricultores familiares e doação para famílias em situação de insegurança
alimentar.
Com a falta de exposição de dados
pelo Ministério da Cidadania, responsável pela gestão do Auxílio Brasil, a CNM
resolveu seguir com um acompanhamento próprio da situação nos 5.570 municípios.
Por iG
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