Eleições 2022 mantêm maioria do eleitorado feminina, com 53%
Mesmo com voto facultativo,
há 87,4 mil eleitoras com mais de 100 anos
Nas eleições de outubro,
mais uma vez, as mulheres são a maioria entre pessoas aptas a votar. Segundo
levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos mais de 156,4 milhões de
eleitores que poderão participar do pleito nos dois turnos, 53%, pouco mais de
82,3 milhões, são do gênero feminino e 74 milhões do masculino, que equivale a
47%.
Na distribuição regional dos
eleitores, os três maiores colégios eleitorais - São Paulo, Minas Gerais e Rio
de Janeiro concentram quase a metade dos votos do país (42,64%).
O estado de São Paulo, que
sozinho detém 22,16% dos eleitores, há cerca 18,3 milhões de mulheres e 16, 2
milhões homens em condições de votar.
Na segunda posição do
ranking, o eleitorado mineiro é formado por 8, 5 milhões de mulheres e 7,7
milhões de homens.
Já o Rio de Janeiro,
terceiro maior colégio eleitoral brasileiro, os votos femininos superam em 1
milhão os dos homens. No estado, 6,9 milhões de votantes são do gênero feminino
e 5, 9 milhões do masculino.
A Bahia vem na quarta
posição, com cerca de 11,2 milhões de eleitores. Lá, as mulheres correspondem a
52,5% dos votantes, enquanto os homens representam 47,5% do eleitorado baiano.
Perfil
Segundo o TSE, a maior parte
das eleitoras brasileiras (5,33%) tem de 35 a 39 anos, seguida das mulheres com
idade entre 40 e 44 anos (5,32%). A faixa de 25 a 29 anos soma 5,2%. Apesar do
voto no Brasil ser obrigatório entre 18 e 70 anos, um dado curioso é o de
eleitoras com 100 anos ou mais: são 87,4 mil.
Exterior
Entre eleitores que moram no
exterior, elas, também estão em maioria. Das quase 700 mil pessoas que moram
fora do país e se habilitaram para votar para o cargo de presidente da
República, 59% são mulheres e 41% homens.
Representação
Números tão expressivos
ainda não se refletem em assentos políticos e de poder. Segundo o TSE, nesses
espaços, as mulheres continuam sub-representadas. Nas Eleições Gerais de 2018,
apenas seis das 81 vagas do Senado Federal foram conquistadas por mulheres. Na
Câmara, dos 513 eleitos somente 77 eram do sexo feminino. Em 2018, apenas uma
governadora foi eleita: Maria de Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte (RN).
Para incentivar a entrada e
a permanência das mulheres na política, o TSE lançou, em junho de 2022, a nova
campanha Mais Mulheres na Política 2022. Exibida nacionalmente em emissoras de
rádio e de televisão, redes sociais da Justiça Eleitoral e no Portal do
Tribunal, a campanha enfatiza a diferença entre o Brasil real, de forte
presença feminina, e o Brasil político, universo no qual as mulheres ainda são
minoria.
Na avaliação do presidente
da Corte Eleitoral, ministro Edson Fachin, a democracia sem a expressão do
feminismo se atrofia, torna-se uma mera formalidade, perde a
representatividade. Para o ministro, a democracia, para ser plena, tem que
apresentar a sua face feminina.
“Além da questão da
visibilidade das mulheres, há também a questão da efetividade das medidas que
visam garantir a elas o acesso e a voz nos espaços da vida política do país. A
Justiça Eleitoral está do lado da materialização dos direitos que são inerentes
à condição feminina”, destacou à época do lançamento da campanha.
Agência Brasil
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