Seap detalha plano de fuga de apenados de presídio do Rio Grande do Norte.
Apenados estavam em execução
de plano para fugir da Penitenciária Rogério Madruga.
A Secretaria de Administração
Penitenciária (Seap) deu detalhes do plano de fuga da Penitenciária Rogério
Coutinho Madruga, frustrado por policiais penais nesta terça-feira (16). De
acordo com a pasta, os apenados cometiam irregularidades para serem
transferidos para uma cela, de onde planejavam sair do presídio.
De acordo com o secretário Pedro
Florêncio, a investigação identificou seis presos que tinham envolvimento
direto identificado com o plano. Materiais que seriam usados na fuga foram
produzidos, de forma artesanal, por eles
"Não sabemos a data que (a
fuga) iria ocorrer, mas o plano já estava em andamento. O material para serrar
a grade, a ferragem, as 'teresas', enfim, os artefatos já estavam prontos para
serem utilizados", afirmou o titular da pasta.
O plano consistia nos apenados,
de forma intencional, cometerem infrações para serem levados para uma cela em
especial. Atos como jogar comida no chão, xingar os policiais penais e
desobedecer suas ordens eram alvos de advertências. Os presos eram levados para
uma cela de isolamento.
"Toda vez que o preso comete
uma falta disciplinar, ele é isolado do convívio geral, levado a uma cela para
isolamento. O local já tinha seis presos isolados, sendo dois deles apenados
que fugiram de Alcaçuz e foram, posteriormente, capturados", afirma
Florêncio.
Seis presos vão responder a uma
sindicância e poderão ter as penas aumentadas, segundo a Secretaria de
Administração Penitenciária (Seap):
Marcos Vinícios Costa Portela
Lopes
Fábio Henrique da Silveira
Mendonça
Carlos Alexsandre Teixeira
Feliciano
Antônio Marcos Sena da Silva
Francisco Paulino da Silva Júnior
Maibson Alison Silva
A Seap não definiu se irá pedir a
transferência dos seis apenados. Um deles é envolvido na Operação Carteiras do
Ministério Público (MPRN), que prendeu advogados e deu nova voz de prisão a
apenados por trocas de mensagens entre presos e membros de facções criminosos
que estão nas ruas.
A pasta vai avaliar, junto ao
MPRN, até que ponto se dava o envolvimento dos seis presos identificados. A
secretaria quer saber quem estava arquitetando, de fato, o plano.
"Eles estavam fazendo o
trabalho, seriam os personagens. Eles estavam executando a violação e quem
arquitetou, muito provavelmente, estava aguardando a hora de ir pra cela, após
uma advertência, para poder fugir", explicou o secretário.
Identificação do plano
A irregularidade foi identificada
durante uma fiscalização às celas, quando os agentes identificaram um dano na
estrutura da grade, por onde ocorreria uma tentativa de fuga.
A produção do material que seria
utilizado na fuga ocorreu de forma artesanal. A Seap afirmou que as
"teresas" eram formadas com lençóis. Os apenados também utilizaram
gilete, material liberado para eles fazerem a barba, na tentativa de cerrar as
grades.
Para maquiar o desgaste provocado
no local, os apenados teriam produzido um material a partir de acabamento da
laje, arroz e feijão. "Era produzida uma massa para ocultar a violação que
estava sendo feita na unidade", afirma Florêncio.
Por Vini Marinho, Inter TV Cabugi
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