Cinco paraibanos são resgatados de condição análoga à escravidão em dois restaurantes, em São Paulo.
Cinco paraibanos foram
resgatados de situação análoga à escravidão em dois restaurantes localizados em
São Paulo. A ação aconteceu durante a 'Operação Sushi Paulistano', uma força
tarefa composta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo,
Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo e Polícia Federal. Ao todo,
foram resgatadas 17 pessoas, todas do Nordeste.
Dentre os cinco paraibanos,
dois são do município de Patos, um é do município de Santa Terezinha, um é de
Barra de Santa Rosa e um de Cuité. Três deles estavam no Restaurante Sushi Vila
Gustavo e têm 19 anos de idade. Os outros dois paraibanos foram resgatados do
Restaurante Sushi Tucuruvi Delivery e têm 25 e 27 anos de idade.
De acordo com o Ministério
Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores não haviam sido registrados no
e-Social, eram alojados em condições degradantes e realizavam jornadas de
trabalho de até 14 horas diárias. Eles eram alojados em duas casas e dormiam em
colchões sem a devida higiene e sem roupas de cama. No local, os agentes
observaram também paredes úmidas, mofadas e com risco de incêndio.
Ainda segundo o Ministério
Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores de uma das casas eram obrigados a
dividir um chuveiro quebrado. Um deles afirmou que há cinco dias não tomava
banho por causa do frio. Sobre a condição das vítimas resgatadas, o auditor
fiscal Paulo Roberto Warlet da Silva declarou que a condição "além de atingir
sua dignidade, era incompatível com a higiene exigida pela vigilância sanitária
nos restaurantes". Havia também lixo e sujeira espalhados pelas casas,
cheiro forte de suor e urina.
Uma testemunha, que não teve
o nome revelado, ouvida pelo MPT em audiência prévia à força-tarefa afirmou que
os trabalhadores iniciavam a jornada às 8h, no preparo dos alimentos, mas o
cartão de ponto só era batido às 12h, por outras pessoas. Os restaurantes
continuavam recebendo pedidos até após 23h, e os trabalhadores tinham que ficar
até que o último cliente fosse atendido.
Outra constatação na
diligência é que os restaurantes se apropriavam de valores pagos aos
empregados, como as gorjetas, e nunca recebiam pelas horas extras.
O grupo empresarial teve de
comprovar, aos auditores do Trabalho, a formalização dos registros no e-Social
e o pagamento de verbas rescisórias aos empregados. Na próxima semana, os
empregadores deverão comparecer ao MPT-SP para discutir um Termo de Ajustamento
de Conduta e reparação de dano moral individual e coletivo.
Por g1 PB
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