Jair Bolsonaro chama ministro do Supremo Tribunal de “vagabundo”.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
NOVO HAMBURGO, RS, E RIO DE
JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (PL) se referiu ao
ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), como
“vagabundo” durante um discurso em Novo Hamburgo (RS), em razão da ação contra
empresários que faziam parte de grupo de WhatsApp em que se defendeu golpe de
Estado.
Sem mencionar o nome do ministro,
ele classificou dessa forma quem “dá a canetada” após ouvir relato sobre uma
conversa escutada “atrás da árvore”, referência ao vazamento dos diálogos do
grupo de empresários.
“Vimos há pouco empresários tendo
sua vida devassada, recebendo visita da Polícia Federal porque estavam
privadamente discutindo um assunto que não interessa qual seja”, disse ele.
“Eu posso pegar meia dúzia aqui,
bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo
atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora,
mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada
após ouvir o que ouviu esse vagabundo.”
Bolsonaro também falou que
problemas internos do país são maiores que os externos e falou na existência de
“maus brasileiros”.
“Temos problemas externos. Mas
nossos maiores problemas são internos. São maus brasileiros que não têm
qualquer respeito com a população, com a família, com as mulheres, com a
propriedade privada, com as religiões. Quer o poder pelo poder.”
A declaração ocorre dias antes
dos atos previstos para ocorrer no próximo dia 7 de Setembro, Bicentenário da
Independência do país, que o presidente pretende transformar em demonstração de
apoio político à sua candidatura à reeleição. Na mesma data no ano passado,
Bolsonaro chamou Moraes de canalha.
O comportamento do presidente no
ato é imprevisível. A ala política do Palácio do Planalto vinha tentando
esfriar os ânimos do presidente em relação ao ato de Copacabana, onde há
previsão de maior carga política.
Bolsonaro sempre demonstrou
interesse que o ato fosse de grandes proporções, a fim de demonstrar apoio
popular. Contudo, chegou a sinalizar que não discursaria, a fim de não repetir
o confronto gerado no Dia da Independência no ano passado, quando chamou
Alexandre de Moraes de canalha.
A autorização pelo ministro de
busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, contudo, acirrou os ânimos.
O comportamento do presidente para o ato ainda é imprevisível.
DIEGO NUÑEZ E ITALO NOGUEIRA
Do Paraíba Online com Folhapress
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