Brasil recebe primeiras vacinas contra varíola dos macacos.
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Imunizantes serão usados em estudo, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde.
O Brasil recebeu o primeiro de
lote de vacinas contra a varíola dos macacos, doença também conhecida como
Monkeypox. A remessa, com 9,8 mil doses, desembarcou no Aeroporto de Guarulhos
(SP) na última terça-feira (4). Ao todo, o Ministério da Saúde comprou cerca de
50 mil doses via fundo rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Os próximos lotes estão previstos para serem entregues até o fim de 2022.
Os imunizantes serão utilizados
para a realização de estudos, conforme recomendação da Organização Mundial da
Saúde (OMS). É importante ressaltar que as vacinas são seguras e atualmente são
utilizadas contra a varíola humana ou varíola comum. Por isso, o estudo
pretende gerar evidências sobre efetividade, imunogenicidade e segurança da
vacina contra a varíola dos macacos e, assim, orientar a decisão dos gestores.
A pesquisa será financiada pelo
Ministério da Saúde, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e apoiada
pela OMS. O estudo foi discutido pela pasta, em conjunto com a OPAS,
pesquisadores e especialistas da área.
O objetivo é avaliar a
efetividade da vacina Jynneos/MVA-BN®️ contra a varíola dos macacos na
população brasileira, ou seja, se a vacina reduz a incidência da doença e a
progressão à doença grave. A população-alvo do estudo será formada por pessoas
mais afetadas e com maior risco para a doença.
Inicialmente, os grupos incluídos
são as pessoas em pós-exposição, ou seja, que tiveram contato prolongado com
caso confirmado de varíola dos macacos e pessoas em pré exposição, que fazem
uso de profilaxia pré-exposição (PrEP) ou em tratamento com antirretroviral
para HIV. Serão divulgados em breve os centros de pesquisa que serão incluídos,
considerando as cidades com elevados números de casos confirmados da doença e a
infraestrutura disponível para a condução do estudo.
Profissionais de saúde não estão
incluídos como grupo prioritário para a aplicação da vacina, já que os dados
epidemiológicos desse grupo no Brasil e no mundo demonstram maior exposição à
doença. Esses profissionais realizam coleta e atendimento aos pacientes com
equipamento de proteção individual. Caso haja algum contato prolongado e sem
proteção com algum paciente, esse profissional poderá ser recrutado.
O Ministério da Saúde segue em
tratativas para aquisição de novas doses da vacina.
Marco Guimarães | Ministério da Saúde
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