Censo 2022 vai ajudar a corrigir repasses do FPM aos municípios. Clique aqui e saiba mais.
Imagem ilustrativa - Da internet
Levantamento populacional
serve como referência para definir a quantidade de recursos à qual cada cidade
tem direito. Prefeituras partilham R$ 1,25 bi nesta quinta (20).
A realização do Censo
Demográfico pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022
deve dar fim às reclamações dos gestores municipais que alegam desatualização
do número de habitantes. O Tribunal de Contas da União (TCU) usa dados do Censo
como base para o cálculo e a publicação anual dos percentuais a que cada
cidade tem direito no Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O repasse do FPM leva em
conta o tamanho populacional de cada município. O IBGE atualiza a estimativa de
habitantes de todas as cidades ano a ano, o que diminui a defasagem em relação
ao último Censo realizado, em 2010. No entanto, há prefeitos que alegam ter
população maior que a contagem oficial e, por isso, recebem menos do que
deveriam.
É o caso de Bom Despacho, no
Centro de Minas Gerais, como explica o prefeito Bertolino da Costa Neto. “A
população pelo IBGE é de um pouco mais de 51 habitantes. Porém, a gente tem
certeza que a nossa população deve superar a casa dos 60 mil habitantes, haja
vista a quantidade de ligações residenciais tanto de energia quanto de água”,
acredita.
Há municípios que tentam
garantir na Justiça os repasses adequados do FPM, conforme números mais
atualizados. Com a realização do Censo este ano, ainda em curso, essa polêmica
deve diminuir.
Repasse
Enquanto o Censo não sai, as
prefeituras continuam recebendo o repasse do FPM de acordo com as estimativas
populacionais mais recentes. Nesta quinta-feira (20), os municípios partilham
cerca de R$ 1,25 bilhão. O valor corresponde à transferência do segundo
decêndio de outubro e, considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses,
é 9,5% maior que o do mesmo período do ano passado.
Serão destinados cerca de R$
310 mil para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
De acordo com o especialista
em Orçamento Público, Cesar Lima, após queda no repasse real transferido às
prefeituras no primeiro decêndio de outubro, o FPM voltou a crescer, devido à
maior arrecadação da União com o Imposto de Renda.
“Mais uma vez temos o FPM
sendo puxado pelo Imposto de Renda, que a arrecadação deu em torno de 60% a
mais do que no ano passado, apesar da queda na arrecadação do IPI, devido a
várias desonerações realizadas pelo governo. O IR sinaliza mais uma vez a
recuperação da atividade econômica e do nível de emprego. O crescimento da
massa salarial é diretamente proporcional ao Imposto de Renda retido”.
O município de Bom Despacho
vai receber cerca de R$ 396 mil do fundo nesta quinta-feira. O FPM representa
cerca de 40% da arrecadação da cidade. O prefeito Bertolino comenta a
importância do aumento da transferência para a prefeitura. “Ele é fundamental
para que nós possamos manter as nossas contas em dia, pagando fornecedores,
pagando salários, e também para que o município consiga realizar os
investimentos em todas as áreas que nós precisamos atuar. Lembrando que a vida
do brasileiro acontece no município, não em Brasília”, diz.
FPM: bloqueios
Até a última segunda-feira
(17), 38 municípios estavam bloqueados e, por isso, não devem receber o repasse
do FPM até regularizarem as pendências, segundo a Secretaria do Tesouro
Nacional.
FPM: municípios com repasses
bloqueados
Alagoinha (PB)
Bonfim do Piauí (PI)
Campo Maior (PI)
Campos Sales (CE)
Canguaretama (RN)
Carapebus (RJ)
Carmópolis (SE)
Cruzeiro (SP)
Dois Irmãos das Missões (RS)
Estância Velha (RS)
Gameleira de Goiás (GO)
Ilhota (SC)
Ingá (PB)
Itaueira (PI)
Ivatuba (PR)
Jaguaruana (CE)
Japaratuba (SE)
Jari (RS)
Juarez Távora (PB)
Laguna (SC)
Mangaratiba (RJ)
Marcação (PB)
Ouricuri (PE)
Pitangui (MG)
Poço Redondo (SE)
Pombos (PE)
Redenção (CE)
Rolador (RS)
Rorainópolis (RR)
Salvador do Sul (RS)
Santa Luzia do Itanhy (SE)
São João de Meriti (RJ)
São Mamede (PB)
São Sebastião (AL)
Seridó (PB)
Tasso Fragoso (MA)
Ubatã (BA)
União dos Palmares
(AL)
Confira abaixo quais são as
principais causas para que uma prefeitura seja impedida de receber a
transferência do Fundo de Participação dos Municípios, segundo a CNM.
Não pagamento da
contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
Dívidas com o INSS;
Débitos com a inscrição da
dívida ativa pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN);
Falta de prestação de contas
no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops).
Para desbloquear o repasse,
o município deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida,
deve conhecer o motivo e regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura
não perde definitivamente os recursos bloqueados. Eles apenas ficam congelados
enquanto as pendências não são regularizadas.
FPM: o que é?
O FPM é um fundo pelo qual a
União repassa, a cada dez dias (por isso o nome “decêndio”), 22,5% do que
arrecada com o IR e o IPI aos municípios. A cada mês, portanto, são três
transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Se a data cair no sábado,
domingo ou feriado, o repasse é antecipado para o primeiro dia útil anterior. O
dinheiro das prefeituras é creditado pelo Banco do Brasil.
Os percentuais de participação
de cada município são calculados anualmente pelo TCU, de acordo com o número de
habitantes de cada cidade e a renda per capita dos estados. Os municípios são
divididos em três categorias: capitais, interior e reserva. As capitais dos
estados e Brasília recebem 10% do FPM. Os demais municípios brasileiros são
considerados de interior, e embolsam 86,4% do fundo. Já os municípios de
reserva são aqueles com população superior a 142.633 habitantes e recebem –
além da participação como município de interior – uma cota adicional de 3,6%.
Fonte: Brasil 61 -
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