Ministro do TSE suspende vídeo de Bolsonaro que chama Lula de corrupto e ladrão.

Luiz Inácio Lula da Silva - Reprodução/Assessoria
Segundo o magistrado, a
propaganda eleitoral questionada é ilícita porque não segue a legislação
eleitoral regente.
O ministro Paulo de Tarso
Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a suspensão de
uma propaganda veiculada pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) que apresentou ao
público supostos fatos ofensivos à honra do candidato à Presidência da República
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro analisou um pedido
feito pela campanha de Lula contra uma propaganda de Bolsonaro. Segundo a ação,
a propaganda diz que Lula foi inocentado, mas que ele é “corrupto” e “ladrão”.
Segundo o ministro, a propaganda
eleitoral questionada é ilícita porque não segue a legislação eleitoral regente
e a regra de tratamento fundamentada na garantia constitucional da presunção de
inocência ou não culpabilidade.
“Não poderia a Justiça
especializada permitir que os partidos políticos, coligação e candidatos
participantes do pleito deixassem de observar direitos e garantias
constitucionais do cidadão durante a exibição da propaganda no horário
eleitoral gratuito na rádio e na televisão, utilizando-se como justificativa a liberdade
de expressão para realizar imputações que, em tese, podem caracterizar crime de
calúnia, injúria ou difamação ou que não observem a garantia constitucional da
presunção de inocência. É inviável que se utilize de espaço público de
comunicação para reduzir absolutamente o alcance de um direito ou garantia
constitucional e, em contraponto, empregar máxima relevância às condenações
criminais anuladas pelo Poder Judiciário, que não permitem afirmar culpa no
sentido jurídico-penal”, disse.
O ministro disse ainda que é fato
notório a existência de decisões condenatórias e da prisão do candidato Luiz
Inácio Lula da Silva, assim como é de conhecimento geral da população que as
condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“De outro vértice, não há mera
menção a fatos pretéritos referentes às condenações posteriormente anuladas
pelo STF, mas atribuições ofensivas que desborda da mera crítica política, pois
transmite mensagem que imputa ser o candidato ‘corrupto’ e ‘ladrão’,
desrespeitando regra de tratamento decorrente da presunção constitucional de
inocência”, afirmou.
A CNN entrou em contato com a
campanha de Bolsonaro, que ainda não se manifestou.
Gabriela Coelho da CNN

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