Resolução do TSE acelera retirada de fake news de sites. Decisão foi aprovada por unanimidade.
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) aprovou, por unanimidade, uma resolução que dá à Justiça Eleitoral mais
celeridade para a retirada de notícias falsas (fake news) de sites e redes
sociais.
Durante a sessão desta quinta-feira
(20), o presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, disse que, diante do
“aumento de notícias fraudulentas” e de discursos de ódio observados durante o
segundo turno destas eleições, convidará representantes das duas campanhas
presidenciais para uma conversa.
Moraes disse que “houve
crescimento de 1.671% no volume de denúncias e de desinformação, encaminhadas
às plataformas digitais, em comparação com a eleição passada, de 2020”
“Houve também necessidade de
publicação de mais de 130 novas matérias com desmentidos e esclarecimentos
sobre casos de desinformação e notícias fraudulentas, não só de um candidato em
relação ao outro, mas em relação à lisura do processo eleitoral. Em um primeiro
momento relativo [à suspeição] das urnas”, disse o presidente da Corte.
“Ao que parece, isso já foi
sanado, havendo diminuição dessas fake news, mas [foi identificado] que [as
notícias falsas] passaram a ser direcionadas às pesquisas eleitorais. Ou seja,
continua havendo uma desinformação”, acrescentou Moraes ao relatar também
“aumento dos episódios de violência política via redes sociais de 436%”, disse
tendo, como base de comparação, a campanha de 2018.
Remoção imediata
De acordo com a resolução
aprovada nesta quinta-feira, conteúdos já considerados falsos pelo próprio
tribunal poderão ser retirados do ar imediatamente, quando republicados em
outros sites, sem a necessidade de abertura de nova ação ou julgamento, em
prazo de até duas horas. Na véspera do pleito, esse prazo pode ser reduzido
para uma hora.
“Quando alguma pessoa obtém
autorização judicial para retirar algo inverídico, mentiroso, injurioso, e
perceba que isso tenha sido multiplicado, pede-se a extensão [dessa decisão]
para conteúdo idêntico. É exatamente isso o que faremos a partir de agora”,
disse o ministro.
Outro ponto previsto pela
resolução é a possibilidade de suspensão de canais que reiteradamente veiculem
notícias falsas. A celeridade nesses processos será possível graças a parcerias
firmadas entre o tribunal e algumas redes sociais.
O TSE proibiu também a veiculação
de propaganda eleitoral na internet 48 horas antes e 24 horas após o pleito. A
decisão foi tomada após o tribunal ter constatado que blogs e sites teriam sido
remunerados para fazer posts e propagandas.
“Todos sabemos que a legislação
eleitoral proíbe propaganda eleitoral nas 48 horas antes da eleição e nas 24
horas depois da eleição. A legislação excepciona a questão de propaganda
eleitoral na internet. Só que excepciona isso apenas na propaganda eleitoral
gratuita. No entanto verificamos aumento exponencial de monetização de blogs e
sites interativos que recebem dinheiro para realizar essa propaganda eleitoral.
Então, desde que constatado que a propaganda na internet não é gratuita, [esses
sites] também estarão proibidos [de fazer propaganda eleitoral nos prazos
descritos]”, detalhou o ministro
Moraes disse que já tratou desses
assuntos com representantes das redes sociais, e que se reunirá com os
advogados dos dois candidatos, que estavam presentes na sessão: “isso será bem
especificado para evitar, depois, qualquer acusação de abuso de poder político
ou econômico utilizando a internet”.
Agência Brasil
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