Vacina da Pfizer para crianças de 6 meses deve chegar ao Brasil na próxima semana.
O Ministério da Saúde informou
na terça-feira (18) que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 liberada para
crianças de 6 meses a menores de 4 anos deve chegar ao Brasil nas próximas
semanas e que todas as orientações para a vacinação deste público serão
formalizadas em nota técnica aos estados.
Na última segunda-feira (17), o
secretário-executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, já havia antecipado:
"Nós estamos nas tratativas finais com relação à chegada das vacinas e a
expectativa é de que elas já estejam no país em meados da próxima semana, na
quarta-feira [26/10]. Esse foi o último dado que recebemos da própria
empresa."
O secretário, no entanto, não
detalhou o número de doses. A declaração foi feita durante cerimônia no
ministério em celebração ao Dia Nacional da Vacinação.
Alguns pais ainda seguem
resistentes à vacinação dos pequenos e especialistas garantem que o imunizante
é eficaz. O infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de
Infectologia de Goiás, Marcelo Daher, explica que a vacina é segura e ajuda a
evitar doenças graves como a pericardite.
“Os estudos de segurança que
foram feitos posteriormente saíram e a vacina se mostrou segura e eficaz,
eficaz no sentido de garantir proteção para as crianças”, explica o médico.
“Os pais podem ficar tranquilos
em relação à segurança desta vacina para crianças a partir de seis meses. Ela
vem se somar às vacinas que temos no dia a dia, uma vacina para ser utilizada
para prevenir formas graves da Covid-19”, tranquiliza o infectologista.
O gerente-geral de Medicamentos
Biológicos da Anvisa, Fabrício Carneiro de Oliveira, explica que a eficácia e
segurança do novo produto foi garantida por meio de um conjunto de fatores
científicos. “A Anvisa considerou um grande conjunto de dados, entre dados de
qualidade e clínicos, obtidos por meio de estudos conduzidos em alguns países”,
conta.
“Com base nesses dados enviados à
Anvisa, foi considerado que a vacina é segura e eficaz na faixa etária
pretendida”, afirma o especialista. Antes, no Brasil, o uso do imunizante da
Pfizer só era permitido em crianças com mais de 5 anos de idade. Já a CoronaVac
podia ser aplicada em crianças a partir de 3 anos.
A vacina para o público de 6
meses a 4 anos terá dosagem e composição diferentes. O processo de imunização
será em três doses de 0,2 miligramas. As duas doses iniciais deverão ser
administradas no intervalo de três semanas, sendo a terceira e última delas
aplicada oito semanas após a segunda vacinação.
Para facilitar a rotina na hora
da vacinação, tanto dos agentes de saúde, como dos pais, a cor do rótulo e da
embalagem da dose é um detalhe importante. Os frascos das vacinas para esse
público, de 6 meses a 4 anos, virão na cor vinho. Mãe da pequena Ana Beatriz, a
dona de casa Leidiane Maria de Alencar, 29 anos, pretende vacinar a filha o
quanto antes. “Estamos muito felizes porque liberou a vacina para a faixa
etária da minha filha, que tem 4 anos, ela vai poder se vacinar e vai ser mais
uma segurança para a vida dela”, destaca.
No mês de setembro, a Anvisa
aprovou o uso da vacina da Pfizer para crianças de 6 meses a 4 anos.
Atualmente, apenas crianças acima de 3 anos podem se vacinar com a CoronaVac.
Segundo estudo da Fiocruz, nos
dois primeiros anos da pandemia, a Covid-19 foi responsável pela morte de 1.439
crianças menores de 5 anos. Isso dá uma média de duas mortes por dia. Ainda de
acordo com a Fiocruz, as crianças menores de um ano são as mais vulneráveis
pois representam a metade dos óbitos por Covid na faixa etária abaixo dos cinco
anos.
Crianças vacinadas nos estados
De acordo com o Ministério da
Saúde, quase 700 mil crianças, entre 3 e 4 anos, já foram vacinadas no país com
a primeira dose, e mais de 135 mil com a segunda fase da vacinação. Entre
crianças de 5 a 11 anos, foram mais de 14,1 milhões vacinadas com a primeira
dose, e pouco mais de 9,7 milhões com a segunda.
Dados do portal LocalizaSUS, do
Ministério da Saúde mostram que 13,7% desse público-alvo recebeu a primeira
dose e 3,9%, a segunda dose. Entre as capitais, há disparidade na cobertura.
Dados levantados pelo Portal
Brasil61.com mostram que enquanto Vitória (ES) lidera a cobertura vacinal, com
35% desse público-alvo com a primeira dose e 15% também com a segunda, a
Secretaria Estadual de Saúde de Cuiabá (MT) informou que recebeu imunizantes na
primeira semana de outubro e iniciou a vacinação no dia 10 de outubro.
A reportagem manteve contato com
as prefeituras das capitais e 14 delas responderam. São Paulo (SP)
aparece em segundo lugar no avanço da cobertura, com 33,5% do público com a
primeira dose e 7,6% com a segunda. Na capital paulista, a campanha para esse
grupo teve início em 20 de agosto.
Já o Rio de Janeiro foi a capital
pioneira do país a iniciar a imunização do grupo de 3 e 4 anos, no dia 15 de
julho, e atualmente registra 24,8% desse público com a primeira dose. Também
ultrapassaram a marca de um quinto de vacinados Aracaju (SE), com 29,99% com a
1ª dose, e Recife (PE), com 22,85% também com a primeira dose.
O Distrito Federal também apontou
que já comunicou o ministério sobre “a necessidade de mais doses” para dar
conta do público de 77.660 crianças de 3 e 4 anos. Na cidade, a cobertura é de
7,7% na primeira dose e 1,58% na segunda dose.
Ainda no Centro-Oeste, em Campo
Grande (MS), pouco mais de 10% do público-alvo recebeu a primeira dose. Para
ampliar esse público, a cidade diz que tem elaborado estratégias, como busca
ativa direto nas casas e vacinação itinerante em escolas e shoppings.
No Sul, em Porto Alegre (RS), a
cobertura é de 16,8% com a primeira dose e 6,2% com a segunda. Em Belo
Horizonte (MG), onde a aplicação começou no dia 29 de setembro, por enquanto, a
vacinação beneficia crianças de 4 anos com e sem imunocomprometimento e
crianças de 3 anos imunocomprometidas, tendo 19,7% de cobertura nesse público
com a primeira dose.
Maceió (AL) se aproxima dos 10%
(9,68%) de crianças vacinadas com a primeira dose e 1,9% com a segunda. Já
Fortaleza apenas informou que aplicou 12.155 doses, sem detalhar a cobertura,
assim como São Luís (MA), com 3.100 doses.
No Norte, Palmas (TO) divulgou
que está com o sistema de contabilização de imunizados fora do ar, mas que “a
cobertura vacinal contra a Covid-19 em crianças de 3 e 4 anos está baixa”. A
prefeitura informou que desenvolve ações para alcançar esse público.
Fonte: Brasil 61 -
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