Milícias digitais não influenciaram eleições, diz presidente do TSE
Alexandre de Moraes
apresentou balanço de julgamentos deste ano
As milícias digitais não
conseguiram influenciar as eleições deste ano, disse nesta segunda-feira (19),
o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de
Moraes. Ele participou da sessão de encerramento das atividades do órgão em
2022 e apresentou um balanço dos julgamentos e das decisões deste ano.
Segundo Moraes, o processo
eleitoral mostrou que a lei prevaleceu sobre a máquina de desinformação das
redes sociais. Ele listou os três principais legados do TSE neste ano: o
combate às fake news, o reforço à proibição de celulares nas cabines de votação
e a proibição de porte de armas nos fins de semana de votação.
“A arma no dia das eleições
é o voto. Este tribunal vedou a utilização de armas nas datas próximas [às
votações], demonstrando o acerto em garantir a paz e a tranquilidade da
votação. Deixou claro que o assédio eleitoral e o uso do celular para o assédio
não combinam com a democracia”, declarou Moraes.
Para o magistrado, a união
entre os ministros do Supremo Tribunal Federal e entre o TSE e outras
instâncias da Justiça mostrou que a internet brasileira não está acima da lei.
“Uma outra marca, talvez a mais importante, é que a Justiça brasileira e o
Tribunal Superior Eleitoral demonstraram que, aqui no Brasil, as redes sociais
não são terra sem lei. Aqui no Brasil, as milícias digitais são combatidas e
apenadas. Não conseguiram e não conseguirão influenciar negativamente as
eleições”, disse.
A diplomação dos candidatos,
que ocorreu no último dia 12 para presidente e nesta segunda nos estados, disse
Moraes, encerra o ciclo eleitoral. O presidente do TSE ressaltou que a queda na
abstenção entre o primeiro e o segundo turno das eleições indicam que o eleitor
confia no processo eleitoral. Segundo ele, a alta presença mostrou que a
população continua a confiar nas urnas eletrônicas e na democracia.
O vice-presidente do TSE,
ministro Ricardo Lewandowski, elogiou a atuação de Moraes no comando do órgão,
principalmente no impedimento de coações eleitorais e na restrição do direito
“de ir e vir dos eleitores”, em referência a atuação da Polícia Rodoviária
Federal em algumas estradas no Nordeste no segundo turno das eleições.
“Combatemos com muita ênfase
atos antidemocráticos que pudessem tumultuar as eleições. Principalmente no
último dia, e todos somos testemunhas do esforço de Vossa Excelência [Alexandre
de Moraes], impedimos que grupos antidemocráticos impedissem a liberdade de ir
e vir dos eleitores”, disse Lewandowski.
Agência Brasil
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