Na véspera do fim do mandato, Bolsonaro deixa o Palácio da Alvorada e embarca no avião presidencial.
Expectativa é que ele vá
para a Flórida. Governo já autorizou que assessores de Bolsonaro o acompanhem
nos Estados Unidos ao longo do mês de janeiro.
O presidente Jair Bolsonaro
deixou o Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (30), na véspera do fim do seu
mandato, e embarcou no avião presidencial. O avião decolou no início da tarde e
deixou Brasília.
Há uma expectativa de que
Bolsonaro vá para a Flórida, nos Estados Unidos.
O presidente eleito, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), tomará posse no domingo (1º). Com a viagem,
Bolsonaro deixa claro que não vai passar a faixa presidencial para Lula no
evento da posse.
Na manhã desta sexta, no
"Diário Oficial da União", o governo publicou uma autorização para
que servidores públicos que vão ser assessores de Bolsonaro quando ele deixar a
Presidência acompanhem o presidente na viagem aos Estados Unidos.
Última live
Mais cedo nesta sexta,
Bolsonaro fez a última live do mandato. O presidente passou as últimas semanas,
desde que perdeu a eleição, recluso no Palácio da Alvorada e longe das
transmissões que costumava fazer nas redes sociais.
Na última transmissão ao
vivo do mandato, Bolsonaro condenou atos de terrorismo cometidos por apoiadores
dele e fez um balanço dos quatros anos de sua gestão.
Logo no início de sua fala,
ele comentou o caso do homem que plantou um explosivo em um caminhão de
combustível perto do aeroporto da capital federal.
O presidente se queixou de
que atitudes de violência política no país são sempre atribuídas a
"bolsonaristas".
No entanto, George
Washington, o homem preso pela bomba, relatou à polícia que participou de atos
antidemocráticos realizados por apoiadores do presidente. Disse ainda que sua
intenção era iniciar o "caos" e que agiu por motivação política. A bomba
não chegou a explodir.
"Hoje em dia, se alguém
comete, um erro é bolsonarista. Nada justifica, aqui em Brasília, essa
tentativa de ato terrorista na região do aeroporto", afirmou o presidente.
"O elemento que foi
pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação, mas classificam como
bolsonarista. É o modo de tratar", completou.
O presidente também comentou
os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais do Exército em
cidades do país. Os acampamentos fazem pedidos inconstitucionais, como
intervenção militar e reversão do resultado das eleições.
Para Bolsonaro, as
manifestações são espontâneas e não são lideradas por ninguém. Ele afirmou que
não tem participação nos atos.
"Eu não participei
desse movimento. Eu me recolhi", afirmou Bolsonaro.
Voz embargada
Ao longo da transmissão, o
presidente chegou a embargar a voz algumas vezes e a fazer pausas prolongadas
na fala. Um desses momentos foi quando ele lembrou os "sacrifícios"
de quem esteve ao seu lado no mandato, e citou a primeira-dama, Michelle
Bolsonaro.
Outra ocasião foi quando
disse que o Brasil "não acaba em 1º de janeiro".
Por Kellen Barreto, TV Globo — Brasília
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