PEC da Transição pode ser votada pelo Plenário na quarta-feira.
Jefferson Rudy/Agência Senado |
A PEC da Transição
(PEC 32/2022), que tem o senador Marcelo Castro (MDB-PI) como primeiro
signatário, é um dos quatro itens na pauta do Plenário do Senado na sessão marcada
para esta quarta-feira (7), às 16h.
A proposta de emenda à
Constituição foi sugerida ao Senado pelo governo eleito, com o objetivo de
contemplar programas sociais que não estão incluídos no Orçamento, garantindo
ainda a continuidade do pagamento de R$ 600 no Auxílio Brasil e o aumento do salário
mínimo.
De acordo com o texto, R$
198 bilhões ficarão fora do teto de gastos pelo prazo de quatro anos para serem
usados em programas sociais e no aumento real no valor do salário mínimo. A
PEC, no entanto, ainda pode passar por mudanças na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), onde deve receber relatório do senador Alexandre Silveira
(PSD-MG).
Fome
Apesar de ser fruto de
intensa discussão entre o gabinete de transição do governo eleito e os
parlamentares, em especial o relator-geral do projeto do Orçamento de 2023,
Marcelo Castro, a PEC ainda não tem consenso no Senado. Enquanto alguns
senadores defendem a aprovação da forma como está, outros defendem mudanças no
texto, sob argumento de que haveria risco para o equilíbrio fiscal.
Em discurso na semana passada, o senador Paulo Paim (PT-RS) salientou que
a PEC é essencial para o combate à fome e à pobreza. Ele lembrou que os
recursos previstos no texto serão essenciais para o valor de R$ 600 para o
Bolsa Família, com acréscimo de R$ 150 por criança de até seis anos, a partir
do ano que vem.
— É bom lembrar que
cerca de 33 milhões de pessoas no Brasil passam fome todos os dias. Cerca de
125 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar, o desemprego é cruel
e nós estamos com mais de dez milhões de pessoas nessa situação — afirmou.
Já foram apresentadas 19
emendas. Soraya Thronicke (União-MS), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e Jorge
Kajuru (Podemos-GO), entre outros senadores, apresentaram sugestões para
alterar o texto. Em pronunciamento no Plenário, Kajuru detalhou algumas de suas
emendas. Ele propõe que o prazo de validade seja de apenas dois anos, até 2024.
O mesmo valeria para o inciso que permite a quebra da chamada "regra de
ouro" de 2023 até 2026. Para o senador, o ideal seria até 2024.
Conforme previsão
constitucional, são necessários três quintos dos votos dos senadores (49 de 81)
e dos deputados (308 de 513) para aprovar uma PEC. A matéria precisa ser votada
em dois turnos, nas duas casas legislativas.
Piso e acordos
Os senadores também podem
votar o PL 798/2021, que concede novo prazo para adesão ao Regime Especial de
Regularização Cambial e Tributária (RERCT). A medida é vista como um
passo importante para garantir o pagamento do piso salarial aos profissionais
da área de enfermagem.
Ainda constam da pauta o PDL
1.102/2021, que aprova o texto de acordo entre Brasil e os Estados de Guernsey
para o intercâmbio de informações relativas a matérias tributárias; e o PDL
1.104/2021, que trata do acordo de cooperação técnica entre o Brasil e o Iêmen.
Fonte: Agência Senado
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