Homem mata sacristão com machado dentro de igreja no sul da Espanha.
Caso aconteceu em Algeciras,
no extremo sul do país. Sacerdote também foi ferido. Promotoria investiga caso
como terrorismo.
Um sacristão morreu e um
sacerdote ficou ferido em um ataque com arma branca, nesta quarta-feira (25),
em duas igrejas de Algeciras, no sul da Espanha, informaram as autoridades.
"Pouco depois das 19h
[15h em Brasília] desta tarde, um homem entrou na igreja de San Isidro de
Algeciras, onde, armado com um facão, atacou o sacerdote, o deixando gravemente
ferido", explicou o Ministério do Interior em comunicado.
"Posteriormente, [o
agressor] compareceu à igreja de Nossa Senhora de La Palma onde, depois de provocar
bastante destruição, atacou o sacristão", acrescentou.
"O sacristão conseguiu
sair da igreja, mas foi alcançado pelo agressor do lado de fora, que lhe
provocou ferimentos mortais", prosseguiu o ministério. "Instantes
depois, [o suspeito] foi neutralizado e detido, e se encontra nas dependências
da Polícia Nacional", concluiu.
Segundo uma fonte policial,
o agressor usava uma jelaba - peça de roupa tradicional dos árabes da região do
Magrebe, no Norte da África - e "gritou algo" no momento do ataque.
As notícias dos meios de
comunicação locais, baseadas em relatos de testemunhas oculares, indicam que o
agressor estava armado com um facão.
Em um vídeo difundido pelas
autoridades, é possível ver o agressor, vestido com calças pretas e uma blusa
cinza com capuz branco e preto, com as mãos algemadas atrás das costas
caminhando escoltado por dois policiais.
"Estão investigando e
analisando os fatos, sem que, por ora, seja possível determinar a natureza do
ataque", prosseguiu o ministério.
Uma porta-voz do serviço de
emergência explicou à AFP que começou a receber muitas chamadas depois das
19h30 de pessoas que viram um homem armado com um facão atacar uma pessoa em
frente a uma igreja, antes de atacar outra pessoa perto da igreja de La Palma.
Um comunicado da ordem
religiosa dos salesianos falou de um terceiro ataque à "capela da
Europa" e explicou que o religioso ferido "se encontra estável dentro
de um estado de gravidade".
Investigação por terrorismo
A Audiência Nacional, um
tribunal superior responsável por julgar os casos de terrorismo na Espanha,
está a cargo das investigações, explicou à AFP o Ministério Público da Espanha.
As reações de responsáveis
políticos se sucederam após o atentado.
"Quero transferir
minhas mais sinceras condolências aos familiares do sacristão falecido no
terrível ataque de Algeciras", escreveu nas redes sociais o presidente de
governo da Espanha, Pedro Sánchez.
"Desejo pronta
recuperação aos feridos. Todo o nosso apoio ao trabalho que estão realizando as
Forças e os Corpos de Segurança do Estado", acrescentou.
Estamos "consternados
pelos ataques cometidos esta tarde em Algeciras. Meus pêsames à família do
sacristão falecido e meus desejos de pronta recuperação aos feridos",
tuitou o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP).
O presidente do governo
regional da Andaluzia, Juan Manuel Moreno, descreveu o ataque como
"terrível e devastador".
"Assassinaram um
sacristão e feriram, pelo menos, um sacerdote em um ataque que foi produzido em
Algeciras", explicou.
A Igreja Católica da
Espanha, através do secretário-geral da Conferência Episcopal, Francisco César
García Magán, lamentou os fatos.
"Com dor, recebi a
notícia dos acontecimentos em Algeciras. Neste momento de tristeza, de
sofrimento, nos juntamos às dores das famílias das vítimas e da diocese
gaditana [relativo a Cádis] e pedimos ao Deus da vida e da paz a pronta
recuperação dos feridos", explicou García Magán.
Os últimos atentados
jihadistas na Espanha ocorreram em 2017 em Barcelona e no balneário de
Cambrils, ambos na Catalunha. Os ataques, reivindicados pelo grupo Estado
Islâmico, deixaram 16 mortos e 140 feridos.
Os três sobreviventes da
célula terrorista foram condenados a oito, 46 e 53 anos de prisão.
Por France Presse/Via
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