Moraes inclui Bolsonaro em inquérito sobre ataques antidemocráticos.
Decisão atendeu pedido da
Procuradoria-Geral da República
O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes aceitou na noite desta sexta-feira
(13) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para incluir o
ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura a autoria intelectual dos
atos antidemocráticos realizados no domingo (8) e que resultaram na invasão e
depredação nos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do
Congresso Nacional em Brasília.
Na decisão, Moraes entendeu
que há indícios para abertura da investigação contra o ex-presidente.
“O pronunciamento do
ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro se revelou como mais uma das
ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e
atentatória às Instituições, em especial o STF – imputando aos seus ministros a
fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o TSE–, sustentando,
sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi fraudado",
escreveu o ministro.
Moraes também determinou a
realização de diligências, como envio de pedido de informações à Meta, empresa
que administra o Facebook, para preservar o vídeo, que foi apagado, além do
fornecimento de dados sobre alcance da postagem, autoria da publicação, número
de compartilhamentos e de comentários.
O ministro também quer a
oitava de especialistas em comunicação de politica de movimentos extremistas e
em monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro.
Por fim, o ministro deixou
de analisar o pedido para o ex-presidente prestar depoimento porque Bolsonaro
está nos Estados Unidos.
Defesa
Em nota, o advogado
Frederick Wassef declarou que Bolsonaro não tem relação com as manifestações e
que repudia veementemente os atos de vandalismo.
“O presidente Jair Bolsonaro
sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente
ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da
Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das
quatro linhas da Constituição”, declarou a defesa.
PGR
Mais cedo, a procuradoria
pediu a abertura de investigação e argumentou que Bolsonaro teria feito a
incitação pública ao crime ao publicar um vídeo nas redes sociais, no dia 10 de
janeiro, que tinha como tema o questionamento da regularidade das eleições de
2022.
Na petição, a procuradoria
argumenta que Bolsonaro teria feito a incitação pública ao crime ao publicar um
vídeo nas redes sociais, no dia 10 de janeiro, que tinha como tema o
questionamento da regularidade das eleições de 2022.
No entendimento do subprocurador-geral
da República Carlos Frederico Santos, a conduta deve ser apurada por ter
ocorrido após os atos contra a sede dos Três Poderes.
Fonte: Agência Brasil
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