MPF instaura inquérito civil para apurar omissão do Estado brasileiro na crise humanitária da TI Yanomami.
Apuração vai investigar em que
medida agentes públicos atuaram no descumprimento de ordem judiciais e na
desassistência à saúde dos indígenas.
O Ministério Público Federal
(MPF) instaurou procedimento que vai apurar a responsabilidade do Estado
brasileiro na crise humanitária que enfrenta o povo Yanomami em Roraima. O
órgão quer analisar também como as ações e omissões de gestores e políticos
podem ter contribuído para a situação atual das comunidades que vivem na Terra
Indígena Yanomami. Os agentes públicos foram alvo de representações feitas por
partidos políticos e entidades da sociedade civil encaminhadas à unidade de
Roraima.
Com base em procedimentos já em
curso, o MPF entende que já há um vasto acervo de evidências para a imediata
responsabilização do estado brasileiro. “Tal acervo revela um panorama claro de
generalizada desassistência à saúde, sistemático descumprimento de ordens
judiciais para repressão a invasores do território indígena e reiteradas ações
de agentes estatais aptas a estimular violações à vida e à saúde do povo
Yanomami”, descreve o documento que determina a instauração do inquérito civil.
O MPF quer determinar, no novo
inquérito, a exata dimensão da crise humanitária em curso, o esclarecimento de
suas causas e impactos socioambientais, bem como a apuração do grau de
envolvimento de cada agente público. As conclusões serão essenciais para a
definição das medidas de reparação e podem contribuir na criação de políticas
públicas e mecanismos institucionais que previnam a repetição de novas
tragédias.
Apurações em andamento –
Atualmente, na área cível e na área criminal, dezenas de procedimentos apuram
denúncias de desassistência das comunidades indígenas de Roraima, atividade
garimpeira ilegal, abuso de mulheres e crianças, entre outros.
Além de ações judiciais, o MPF
apresentou na última semana um balanço das principais atuações do órgão,
incluindo recomendações feitas ao poder público para que os direitos dessas
comunidades fossem atendidos.
Assessoria de Comunicação Social - Procuradoria da República em Roraima
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