Pessoas trans e não binárias podem retificar registro de nascimento sem autorização judicial.
Em evento, coordenadora do
Gedir/MPPB trata sobre pleito atendido pela Corregedoria de Justiça que efetiva
direito da população LGBTQI+ na Paraíba.
Toda pessoa maior de 18 anos
habilitada à prática dos atos civis poderá requerer a alteração e a averbação
do prenome e do gênero no registro de nascimento, a fim de adequá-los à
identidade autopercebida, independente de autorização judicial. Essa mudança
foi requerida pelo Núcleo de Gênero, Diversidade e Igualdade Racial do
Ministério Público da Paraíba (Gedir/MPPB) e provida recentemente pela
Corregedoria Geral de Justiça da Paraíba. Essa possibilidade, que garante e
efetiva o direito ao nome social às pessoas transexuais, foi tema tratado
durante um evento em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de
janeiro), que ocorreu nesta quinta-feira (26/01), sendo promovido pelo
Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Associação de Pessoas Travestis,
Transexuais e Transfeministas da Paraíba (Aspttrans-PB).
“Entendemos que as pessoas,
desde que dotadas de capacidade jurídica, têm o poder de praticar atos e
assumir obrigações de acordo com a sua vontade. Por isso, o Gedir pleiteou
junto à Corregedoria do Tribunal de Justiça da Paraíba esse direito às pessoas
trans e não binárias. Atendendo ao requerimento, a Corregedoria alterou seu
Código de Normas Extrajudiciais para incluir explicitamente a possibilidade de
retificação de registro para pessoas trans (reproduzindo o Provimento 73/18 do
CNJ), detalhando seu procedimento”. disse Liana.
De acordo com a promotora de
Justiça, o provimento, além de permitir a possibilidade de retificação de
prenome neutro ou adequado à identidade autopercebida, possibilita a exclusão
de gênero do registro (masculino/feminino), tabela o preço das retificações
para pessoas trans e não binárias; e passa a remunerar os cartórios pelo ato,
por meio do Fundo de Apoio ao Registro das Pessoas Naturais (Farpen). “Assim,
buscamos retirar todos os obstáculos que ainda estavam no caminho da retificação,
ainda que garantida, às pessoas trans, desde 2018, pelo CNJ”, destacou Liana.
Compete à Corregedoria de
Justiça a edição de provimento que disponha sobre regras de disciplinamento dos
atos praticados pelos delegatários dos serviços notarial e de registro público.
Temáticas do evento
O evento em alusão ao Dia da
Visibilidade Trans - realizado na sede do MPT na Capital - suscitou outras
discussões de interesse do público LGBTQI+ e da sociedade civil organizada.
Além do tema tratado pela promotora Liana Carvalho, estavam: “Empregabilidade”,
ministrado pelo procurador do MPT, Eduardo Varandas; “Rede de Serviços”,
secretária de Estado da Mulher e Diversidade, Lídia Moura; “Profilaxia para pré
e pós-exposição ao HIV”, pelo infectologista Fernando Chagas, do Hospital
Clementino Fraga; e “Serviços Filantrópicos em Saúde”, ministrado por Miro
Araújo, da ONG Cordel Vida.
Ascom-MPPB
Nenhum comentário