PGR apresenta ao STF denúncia contra 39 pessoas que invadiram Senado.
Denunciados devem responder
por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Demorático de
Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra
o patrimônio da União.
O subprocurador-geral da República
Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos
Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (16) uma manifestação com denúncias
contra 39 pessoas supostamente envolvidas nos atos criminosos do dia 8 de
janeiro.
Os criminosos depredaram os
prédios do Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o edifício-sede do
Supremo.
Os invasores quebraram vidraças e
móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de
autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
De acordo com a PGR, os
denunciados devem responder pelos crimes de associação criminosa armada,
abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano
qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável
contra o patrimônio da União.
Além de pedir a condenação dos
envolvidos nos ataques, foi solicitada a decretação de prisão preventiva dos
denunciados, medida considerada essencial para impedir que novos crimes
violentos. A manifestação pede ainda bloqueio de bens no valor total de R$ 40
milhões para reparar os danos, tanto os materiais ao patrimônio público quanto
os morais coletivos, e a perda dos cargos ou funções públicas nos casos
pertinentes.
A PGR pede também a inclusão dos
nomes dessas pessoas no Sistema de Tráfego Internacional da Polícia Federal.
Também é solicitada a preservação de material existente em redes sociais
mantidas pelos denunciados.
“No interior do prédio sede do
Congresso Nacional e insuflando a massa a avançar contra as sedes do Palácio do
Planalto e do Supremo Tribunal Federal, os denunciados destruíram e concorreram
para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União,
fazendo-o com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância
inflamável e gerando prejuízo considerável para o erário”.
O subprocurador-geral aponta que
a adesão dos denunciados ao grupo criminoso se deu com vontade e consciência de
estabilidade e permanência.
“O ataque às sedes dos Três
Poderes tinha por objetivo final a instalação de um regime de governo
alternativo, produto da abolição do Estado Democrático de Direito. Assim, a
ação criminosa não se esgotaria nos danos físicos aos prédios públicos. “Os
autores pretendiam impedir de forma contínua o exercício dos Poderes
Constitucionais, o que implicaria a prática reiterada de delitos até que se
pudesse consolidar o regime de exceção pretendido pela massa antidemocrática”,
disse.
Para facilitar a investigação, o
MPF definiu quatro frentes de apuração: núcleo dos instigadores e autores
intelectuais dos atos antidemocráticos; núcleo dos financiadores dos atos
antidemocráticos; núcleo das autoridades de Estado responsáveis por omissão
imprópria; e núcleo de executores materiais dos delitos.
CNN
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