Primeiro repasse do FPM em 2023 apresenta queda de 4,2%. Veja quanto receberá municípios do Curimataú e Seridó da PB
Imagem Ilustrativa - Reprodução/Internet
Efeito negativo será dobrado
sobre os municípios cujas populações diminuíram na prévia do Censo do IBGE.
As prefeituras de todo o
Brasil recebem quase R$ 5,2 bilhões do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) nesta terça-feira (10). Trata-se do primeiro repasse do fundo em 2023,
que já conta com a atualização dos coeficientes de participação das cidades, de
acordo com decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
O valor partilhado pelas
prefeituras neste início de ano é 4,2% menor do que elas dividiram no mesmo
período do ano passado. A queda no repasse foi a segunda consecutiva do fundo
após uma sequência de 29 altas. A última vez que o FPM tinha caído foi no
segundo decêndio de março de 2022.
Curva do FPM nos últimos
dois meses
Decêndio Variação % real
1/Novembro 0,45
2/Novembro 59,94
3/Novembro 12,3
1/Dezembro 3,84
2/Dezembro 77,7
3/Dezembro - 5,36
A queda do FPM no primeiro
decêndio de 2023 será ainda mais sentida pelos gestores cujos municípios foram
"rebaixados" nas faixas de habitantes que o TCU leva em conta para a
distribuição dos recursos.
"Tivemos uma decisão
monocrática por parte do presidente do TCU que afetou bastante os municípios
brasileiros, que tiveram uma diminuição das receitas do FPM. Isso, somado a uma
queda em relação ao primeiro decêndio do ano passado, dá um efeito bem
deletério às contas desses municípios", avalia Cesar Lima, especialista em
orçamento público.
O município mineiro de
Manhuaçu teve seu coeficiente de participação reduzido por conta da diminuição
da população, de acordo com o IBGE. Por isso, a cidade vai ter prejuízo
dobrado, se considerada a queda geral do FPM.
A prefeita da cidade, Maria
Imaculada, disse que os agentes municipais de saúde estão auxiliando os
recenseadores na estratégia para coletar os dados. "Nós colocamos agentes
de saúde orientando o pessoal do IBGE e mostrando a eles alguns pontos, como
algumas residências, porque talvez eles viam uma casa na frente, mas nos fundos
tem duas, três. Então, nós colocamos essa ajuda para ver se revertemos a
situação. Em um bairro em que essa estratégia foi feita essa semana já houve
uma diferença [no número de habitantes], não muito grande, mas houve",
pontua.
FPM: municípios com repasses
bloqueados
Até o último dia 5 de
janeiro, apenas dois municípios estavam bloqueados e, por isso, não devem
receber o repasse do FPM até regularizarem suas pendências, segundo a
Secretaria do Tesouro Nacional. São eles Mangaratiba, no Rio de Janeiro,
e Parauapebas, no Pará.
As principais causas para
que uma prefeitura seja impedida de receber a transferência do Fundo de
Participação dos Municípios, segundo a Confederação Nacional dos Municípios,
são:
Não pagamento da
contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
Dívidas com o INSS;
Débitos com a inscrição da
dívida ativa pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN);
Falta de prestação de contas
no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops).
Para desbloquear o repasse,
o município deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida,
deve conhecer o motivo e regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura
não perde definitivamente os recursos bloqueados. Eles apenas ficam congelados
enquanto as pendências não são regularizadas.
FPM: o que é?
O FPM é um fundo pelo qual a
União repassa, a cada dez dias (por isso o nome “decêndio”), 22,5% do que
arrecada com o IR e o IPI aos municípios. A cada mês, portanto, são três
transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Se a data cair no sábado,
domingo ou feriado, o repasse é antecipado para o primeiro dia útil anterior. O
dinheiro das prefeituras é creditado pelo Banco do Brasil.
Os percentuais de
participação de cada município são calculados anualmente pelo TCU de acordo com
o número de habitantes de cada cidade e a renda per capita dos estados. Os
municípios são divididos em três categorias: capitais, interior e reserva. As
capitais dos estados e Brasília recebem 10% do FPM. Os demais municípios
brasileiros são considerados de interior, e embolsam 86,4% do fundo. Já os
municípios de reserva são aqueles com população superior a 142.633 habitantes e
recebem – além da participação como município de interior – uma cota adicional
de 3,6%.
Confira abaixo o
levantamento feito pela redação do ClickPicuí junto ao Brasil 61, e saiba quanto alguns municípios
do Curimataú e Seridó paraibanos receberão.
Fonte: Brasil 61 -
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