Gaeco e GOE cumprem mandados judiciais na PB; investigação apura lavagem de dinheiro em igrejas.
O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime
Organizado do Ministério Público da paraíba (Gaeco/MPPB) e o Grupo de Operações
Especiais da Polícia Civil da Paraíba (GOE/PCPB) cumprem mandados judiciais da
Operação Plata, na Paraíba. A ação, deflagrada na manhã desta terça-feira
(14/02), é coordenada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e
conta com a participação de Gaecos de oito estados e do Distrito Federal.
A investigação apura crimes de associação criminosa
e lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas no DF, no Rio Grande do
Norte, na Paraíba, em São Paulo, em Santa Catarina, em Minas Gerais, em Mato
Grosso do Sul, na Bahia e no Ceará. De acordo com informações dos órgãos de
investigação, “laranjas” teriam lavado mais de R$ 23 milhões, inclusive em
igrejas.
Segundo a coordenação do Gaeco/MPPB, na Paraíba foi
cumprido um mandado de prisão e vários mandados de busca e apreensão. “O Gaeco
firmou uma parceria com a Dracco para estruturar investigações qualificadas em
face das facções que atuam em nosso Estado”, afirmou o promotor de Justiça,
Octávio Paulo Neto.
A investigação no MPRN
De acordo com o MPRN, o grupo lavava o dinheiro com
a compra de imóveis, fazendas, rebanho bovino, automóveis, abertura de mercados
e até com a fundação de igrejas evangélicas. O principal investigado na
operação é Valdeci Alves dos Santos. Ele é originário da região Seridó do Rio
Grande do Norte e é apontado pelo Ministério Público de São Paulo, em ação
separada, como liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa
que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil e em
países vizinhos. Valdeci já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília.
No Rio Grande do Norte, ele tem como maior aliado o
irmão Geraldo dos Santos Filho, conhecido por Pastor Júnior. Segundo as
investigações do MPRN, há pelo menos duas décadas os dois mantêm o esquema de
lavagem de dinheiro, tendo como participantes seus irmãos, filhos, sobrinhos e
comparsas fora da família. Ao lado da mulher dele, Geraldo é investigado por
constituir um patrimônio de R$ 6.189.579,42, valor incompatível com seus
rendimentos laborais declarados. A mulher dele também foi presa nesta terça-feira.
Em 2019, Geraldo Filho foi preso usando documento
falso em nome de José Eduardo Medeiros de Moura. Ele e a mulher teriam
constituído uma empresa jurídica para a lavagem de dinheiro. A suspeita é a de
que Geraldo e a mulher, através de “laranjas”, lavavam dinheiro também através
de igrejas evangélicas. Em nome desses laranjas, a suspeita é que o casal abriu
pelo menos sete igrejas nos Estados do Rio Grande do Norte e São Paulo. A ação
cumpriu mandados de busca e apreensão em algumas dessas igrejas.
O material apreendido nas igrejas será analisado
pelo MPRN para apurar se há envolvimento de outras pessoas nos crimes. Valdeci
já estava preso na Penitenciária Federal de Brasília, onde foi cumprido novo
mandado. Geraldo e outras cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Norte
nesta terça e encaminhadas ao sistema carcerário potiguar.
Com Ascom/MPRN
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