MDS investiga desvio de recursos do programa Cisternas nos últimos anos.
Imagem ilustrativa/Agência Brasil
Falta de fiscalização,
acompanhamento das obras e prestação de contas, além de superfaturamento estão
entre os problemas apontados por levantamento interno feito pelo Ministério.
Desde 2017, o programa de
Cisternas do Governo Federal sofreu uma drástica redução de sua capacidade. O
ano passado foi o de pior execução da história do programa, com apenas três mil
cisternas entregues. Em 2014, por exemplo, foram mais de 149 mil unidades
instaladas. Além disso, suspeitas de desvios de recursos estão sendo apuradas
pela atual gestão do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome.
De acordo com levantamento da
Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) existe um
enorme passivo de instrumentos (convênios, termos de parceria e termos de
colaboração) sem prestação de contas. No total são 45 instrumentos, ao custo de
R$ 1,4 bilhão, sendo 30 considerados prioritários em análise pelo Tribunal de
Contas da União (TCU).
O ministro Wellington Dias
determinou uma revisão dos contratos e a investigação sobre denúncias do mau
uso do dinheiro público. “Estamos fazendo a revisão de todos os contratos, mas
já foi detectado, encaminhado e está em fase de investigação indícios de
desvios e superfaturamento nesta área de cisternas, lamentavelmente envolvendo
algumas entidades”, apontou.
O levantamento realizado pela
área técnica do MDS mostra que além da desestruturação do programa, com grande
redução do orçamento disponível para a construção de cisternas, a contratação
das entidades executoras adotou critérios mais amplos e menos transparentes.
“São organizações não
governamentais com atos envolvendo inclusive o Ministério Público e o
Judiciário. O Ministério repassou o recurso e os indícios apontam que a obra, a
implantação e a entrega das cisternas não foi realizada”, prosseguiu Wellington
Dias.
Outros problemas são a falta de
fiscalização dos contratos, de acompanhamento da execução das obras nas
localidades que seriam beneficiadas, tecnologias com preços defasados e a
interrupção de ações de água para a produção. Ainda houve a diminuição das
equipes, que mesmo com a redução do programa são em número insuficiente, e a
precarização das condições de trabalho.
“Temos a liberação de parcelas
sem ter as medições com base nas obras. Estamos investigando se o dinheiro foi
liberado sem a entrega da obra da cisterna, ou se a obra ficou incompleta, ou
se não atendeu aquilo que estava previsto no contrato. Há um responsável e é
isso que a investigação vai nos dizer”, afirmou o ministro.
O novo marco de licitações e
contratos, de 2021, não admite a utilização do modelo de contratação das
entidades da sociedade civil que permitiu a rápida expansão do programa durante
o governo da presidente Dilma.
Assessoria de Comunicação - MDS
Nenhum comentário