Confira porque cada pessoa dos grupos prioritários precisa se vacinar com a dose de reforço bivalente contra a Covid-19
Vacinação é uma das
prioridades do governo federal para reconstrução do SUS, da confiança nas
vacinas e da cultura de imunização no país.
Brasil, considerado um país
pioneiro e referência internacional em campanhas de vacinação, vem apresentando
retrocessos nesse campo. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo
da meta e o Movimento Nacional pela Vacinação chegou para reverter esse grave
quadro. Em um primeiro momento, a vacinação será com doses de reforço
bivalentes contra a Covid-19 em pessoas com maior risco de desenvolver formas
graves da doença, como idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas,
funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas,
ribeirinhos e quilombolas.
Em seguida, conforme o avanço da
campanha e o cronograma de entrega de doses, outros grupos serão vacinados,
como as pessoas entre 60 e 69 anos, as pessoas com deficiência permanente, os
trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas e a população privada de
liberdade. Esses grupos precisam ficar atentos às informações de seus
municípios para saber o momento de procurar uma unidade de saúde.
O esquema vacinal para esses
grupos prioritários será de uma dose da vacina Covid-19 bivalente da Pfizer
para pessoas a partir de 12 anos de idade que apresentarem, pelo menos, o
esquema primário completo de duas doses com vacinas monovalentes, respeitando o
intervalo mínimo de 4 meses da última dose recebida.
Confira abaixo porque cada pessoa
desses grupos prioritários deve se vacinar com a dose de reforço.
Pessoas com 60 anos de idade ou
mais
O envelhecimento é um fator de
risco importante para doença grave e óbito por Covid-19. Com o passar dos anos,
a função imunológica, que protege o nosso corpo contra infecções, começa a
apresentar queda, torna-se menos eficaz e isso tem relação com a idade.
De acordo com um relatório
produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base no perfil dos casos
hospitalizados ou óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por
Covid-19 no Brasil, notificados até agosto de 2020, há maior risco para óbito a
partir de 55 anos, sendo que a partir de 60 anos o risco, tanto para
hospitalização quanto para óbito por Covid-19, foi duas vezes maior quando
comparado à totalidade dos casos. Esse risco chegou a 8,5 para hospitalização e
18,3 para óbito entre idosos com 90 anos e mais.
Pessoas vivendo em instituições
de longa permanência
Pessoas que vivem em instituições
de longa permanência, de um modo geral, têm um acúmulo de doenças crônicas,
aumentando o risco de complicações e mortes por Covid-19. As doenças infecciosas
em grupos que permanecem em ambientes fechados podem se espalhar mais
rapidamente.
Trabalhadores da saúde
Com o passar do tempo e a
consequente redução da efetividade dos imunizantes contra a doença, além da
maior exposição desse grupo à Covid-19 - ou seja, maior risco de adoecimento,
licença do trabalho e complicações - há necessidade de priorizar a vacinação
desses profissionais.
Imunocomprometidos
Pessoas imunocomprometidas são
aquelas cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É
comum em pessoas:
👉transplantadas de órgão sólido ou
de medula óssea;
👉vivendo com HIV;
👉com doenças inflamatórias
imunomediadas em atividade e em uso de corticoides;
👉em uso de imunossupressores e/ou
imunobiológicos que levam à imunossupressão;
👉com erros inatos da imunidade
(imunodeficiências primárias);
👉com doença renal crônica em
hemodiálise;
👉em tratamento oncológico que
realizaram tratamento quimioterápico ou radioterapia nos últimos seis meses;
👉com neoplasias hematológicas
(leucemia, mieloma e linfoma).
👉Gestantes e puérperas
A infecção pela Covid-19 em
gestantes e puérperas está associada a aumentos na morbidade e mortalidade
materna quando comparados à Covid-19 em mulheres não grávidas. A vacinação
contra o coronavírus durante a gravidez e puerpério tem sido recomendada amplamente
para prevenir doenças graves e mortes nesta população.
Além disso, os bebês têm risco de
complicações associadas à doença, incluindo insuficiência respiratória e outras
complicações graves. Logo, a transferência de anticorpos maternos para o feto é
um benefício adicional da vacinação de gestantes.
População indígena, ribeirinhos e
quilombolas
No Brasil, populações indígenas
convivem, no geral, com elevada carga de morbimortalidade, com o acúmulo de
comorbidades infecciosas, carências ligadas à contaminação ambiental, assim
como doenças crônicas, aumentando o risco de complicações e mortes por
Covid-19. Doenças infecciosas nesses grupos tendem a se espalhar rapidamente e
atingir grande parte da população.
Da mesma forma estão as
populações ribeirinhas e quilombolas, que tendem a apresentar uma transmissão
do vírus mais intensa, considerando vários aspectos de vulnerabilidade
existentes.
Pessoas com deficiência
permanente
Há o entendimento que pessoas com
deficiência permanente fazem parte de um grupo populacional que têm diversas
barreiras para adesão a medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e
limitação de acesso aos tratamentos disponíveis.
População privada de liberdade e
adolescentes cumprindo medidas socioeducativas.
A população privada de liberdade
e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas são suscetíveis a doenças
infectocontagiosas, como demonstrado pela prevalência aumentada de infecções
transmissíveis nesse grupo em relação à população em liberdade. A dificuldade
de adoção de medidas não farmacológicas efetivas nos estabelecimentos torna
esse grupo propenso para ocorrência de surtos.
Por Marco Guimarães/Ministério da Saúde
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