Ministério da Saúde garante oferta de absorventes pelo SUS
Foto: Walterson Rosa/MS |
Investimento será de R$ 418
milhões por ano. Programa inédito de equidade de gênero e raça para
trabalhadores da saúde está entre as ações do governo federal.
Ministério da Saúde vai
assegurar a oferta de absorventes pelo SUS com foco na população abaixo da
linha da pobreza. Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o decreto para a
criação do Programa de Proteção e Promoção da Dignidade Menstrual. Cerca de 8
milhões de pessoas que menstruam serão beneficiadas pela iniciativa que prevê
investimento de R$ 418 milhões por ano. Garantir equidade de gênero e todos os
direitos das mulheres é prioridade do governo federal.
A compra dos absorventes que
serão distribuídos pelo SUS será feita de forma centralizada pelo Ministério da
Saúde. Assegurar o acesso dessa população aos absorventes, um item básico de
higiene, é também promover o direito à vida escolar e à carreira profissional,
além da vida sexual e reprodutiva saudável.
O presidente Lula, em seu
discurso, enfatizou que o 8 de março está sendo comemorado com o anúncio de um
pacote de medidas e com o respeito que as mulheres exigem. “Respeito em todos
os espaços que elas queiram ocupar, seja no trabalho, em locais públicos, na
política ou dentro de suas próprias casas. Respeito que nós lutamos para
construir quando governamos este país. Respeito que faltou ao governo anterior
quando optou pela destruição de políticas públicas, cortou recursos
orçamentários essenciais e chegou a estimular, de forma velada, a violência
contra as mulheres. Tenho a satisfação de dizer a vocês que finalmente o Brasil
voltou”, disse.
A nova política estará
voltada aos públicos mais vulneráveis, de acordo com critérios do Programa
Bolsa Família, incluindo estudantes de baixa renda matriculados em escolas
públicas, pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade social extrema.
Também serão atendidas
pessoas em situação de privação de liberdade e que cumprem medidas
socioeducativas. Voltado a todas as pessoas que menstruam dentro do critério, o
programa alcançará mulheres cisgênero, homens trans, pessoas transmasculinas,
pessoas não binárias e intersexo.
Equidade no SUS
Ainda no enfrentamento às
desigualdades de gênero e raça, o Ministério da Saúde instituiu o Programa
Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras do Sistema
Único de Saúde (SUS). As mulheres representam a maioria da força de trabalho
nos setores da saúde. Somente na rede pública, são mais de 2,1 milhões
mulheres, o que representa 74% da força de trabalho no SUS. As ações previstas
pelo programa vão ampliar as condições necessárias à prática da equidade. A
portaria foi publicada no Diário Oficial da União.
A iniciativa é inédita e
três metas prioritárias vão impulsionar a política em 2023:
Programa PET-Equidade, com a
abertura de editais para instituições como universidades, ONGs, movimentos
sociais, sociedade civil, estados e municípios que queiram ofertar processos
educativos e formativos focados em gênero e raça, gerando oportunidade de
ensinar sobre práticas anti-machistas e anti-racistas no SUS;
Aplicativo que vai orientar
trabalhadores da saúde sobre as diretrizes do programa, aproximando a teoria da
prática por meio, por exemplo, de um glossário, ensinando sobre equidade no
mundo do trabalho;
Cursos gratuitos online, por
meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), disponíveis para trabalhadores da
saúde das mais diversas frentes, em todo o Brasil, para que possam se
qualificar em pautas transversais à equidade de gênero.
Durante o evento de anúncio
das ações, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que este é um
esforço coletivo para que políticas robustas sejam implementadas “no sentido de
enfrentar a violência contra as mulheres, promover a igualdade de gênero,
autonomia econômica, saúde integral e permanência com direitos garantidos em
todos os espaços”.
Entre as diretrizes do
programa, estão: promover política de equidade de gênero e raça no SUS,
buscando modificar as estruturas machistas e racistas que operam na divisão do
trabalho; enfrentar as diversas formas de violências relacionadas ao trabalho
na saúde; acolher as trabalhadoras da saúde no processo de maternidade;
promover o acolhimento às mulheres considerando seu ciclo de vida no âmbito do
trabalho na saúde; garantir ações de promoção e reabilitação relacionadas à
saúde mental e às questões de gênero.
O objetivo é que esses temas
estejam presentes nas iniciativas de educação e de orientação para os gestores
dos serviços de saúde, para promover o debate e incentivar ações que promovam a
equidade dentro do ambiente de trabalho.
Ministério da Saúde
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