Recorde histórico: 77,9% dos brasileiros entraram endividados em 2023.
Imagem ilustrativa - Reprodução/Internet
Segundo dados da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o cenário
de crise global colaborou para o alto nível de endividamento das famílias
brasileiras. Segundo Serasa, 69,43 milhões de pessoas entraram 2023 com nome
restrito.
O endividamento dos
brasileiros alcançou o maior nível histórico já registrado: 77,9% da população,
segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC). O último levantamento do Serasa mostrou que 69,43 milhões de pessoas
entraram 2023 com nome restrito. Além disso, um estudo da Deep Center mostrou
que a chance de o brasileiro recuperar uma dívida ou parcela em atraso em até
30 dias após o vencimento é de quase 68%, contudo, essa probabilidade cai para
menos de 5% em uma dívida acima de seis meses. Mas porque tantas famílias têm
passado por isso? E como sair dessa situação?
Ainda segundo o estudo, o
perfil dos inadimplentes é composto por pessoas entre 26 e 40 anos, que
representam 34,8% dos endividados. Em média, o valor da dívida do brasileiro é
de R$ 4.493,90. O Chief Operating Officer da Deep Center, Laércio Guimarães,
comenta os resultados do levantamento: “Tivemos um crescimento de 7 pontos
percentuais em relação a 2021, com dados de 2022, chegando a um dos maiores
níveis de endividamento do país, com 77,9% dos brasileiros endividados, segundo
levantamento da própria CNC, que é a Confederação Nacional de Comércio, Bens,
Serviços e Turismo”.
Guimarães também explica
como é medido o percentual: “A gente considera endividamento pessoas que tem
valores a vencer contratados com instituições financeiras, a exemplo de
produtos contratados temos cartão de crédito, cheque especial e financiamento
de veículos, acreditamos que é um período de muita transição em relação ao
mercado financeiro, onde existem várias oportunidades para empresas que
trabalham com essa frente de recuperação de crédito”, elucidou.
A estudante de gestão de
turismo Letícia Machado, 20 anos, é uma das pessoas que tem produtos
financeiros a quitar. A dificuldade em conciliar trabalho e faculdade faz com
que em alguns meses as despesas superem o valor conquistado. “Os meus maiores
gastos hoje são com aluguel, compras de comida, gasolina e mensalidade da
faculdade, esses são os gastos fixos, fora os gastos que acontecem durante o
mês e são imprevisíveis, tipo saídas ou às vezes um remédio, uma coisa assim.
Não ganho um salário fixo porque é muito difícil encontrar um emprego fixo
fichado que dê para conciliar com minha faculdade, então eu faço frelancer
normalmente, que não cobre nem metade dessas dívidas”,
lamenta Letícia.
O cartão de crédito, inclusive,
é um dos impulsionadores da situação, com 86,6% das dívidas apuradas na
pesquisa. Outro ponto que Letícia tem em comum com grande parte das pessoas na
mesma situação que ela é a falta de trabalho de carteira assinada: segundo
dados do IBGE, no 4º trimestre de 2022 o número de desempregados era de 8,6
milhões de pessoas, o que corresponde a 79% da população.
Dicas para não entrar no
time dos endividados
👉O COO da Deep Center,
Laércio Guimarães, enumera algumas dicas para manter as contas no azul:
👉Ter o estilo de vida
adequado à renda: não fazer grandes gastos acima da renda;
👉Controlar esses gastos: seja
através de uma planilha de Excel, seja através de um caderno ou caderneta, ou
até mesmo de aplicativos de organização financeira;
👉Sempre que possível fazer
pagamentos à vista: tentar não comprar a prazo para não ter um descontrole
desse modelo de compra;
👉Concentrar ou tentar
concentrar em apenas um tipo de pagamento: ou eu vou pagar no cartão de débito
ou vou pagar num único cartão de crédito, para ter um controle maior das
atividades e dívidas.
👉Tentar não ter vários
cartões de crédito ao mesmo tempo, sendo utilizados no dia a dia
👉Não comprar por impulso, o
brasileiro adora comprar por impulso, às vezes não tem necessidade daquele bem
naquele momento, mas tem a necessidade de comprá-lo mesmo assim, então tentar
segurar um pouco os ânimos para não comprar por impulso,
👉Não utilizar o cheque
especial ou utilizar em último caso, o cheque especial pode se tornar um grande
ofensor dentro da inadimplência, e
👉Sempre que possível fazer
uma reserva financeira de pelo menos de dois a três salários, para caso
aconteça algum tipo de imprevisto, a pessoa esteja realmente tranquila e
consiga arcar com suas dívidas até conseguir, ou por um desemprego, ou por algo
que tenha que pagar acima do planejado dentro daquele mês.
Fonte: Brasil 61 -
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