STF: Moraes dá dez dias para INSS ter plano para revisão da vida toda.
Revisão foi
aprovada em dezembro pelo Supremo
O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o Instituo
Nacional do Seguro Social (INSS) apresente, em dez dias, um plano para realizar
a chamada revisão da vida toda em aposentadorias. O prazo começa a contar nesta
sexta-feira (3).
A revisão da vida
toda foi autorizada em dezembro, quando o Supremo reconheceu o direito de
recalcular benefícios de aposentados, encerrando décadas de disputas judiciais.
Pela decisão, a
revisão pode ser solicitada por aposentados e pensionistas que começaram a
contribuir para o INSS antes de julho de 1994, mês de criação do Plano Real, e
que se aposentaram entre 1999 – quando o governo alterou as regras de cálculo
dos benefícios após fazer uma reforma da Previdência –, e a reforma da
Previdência de 2019.
O INSS, contudo,
pediu ao Supremo para suspender o andamento dos processos judiciais sobre o
assunto, pois não teria, atualmente, possibilidades técnicas de recalcular as
aposentadorias com base na nova regra. A autarquia estimou que o procedimento
deve envolver 51 milhões de benefícios ativos e inativos.
Uma das
dificuldades apresentadas foi que os sistemas atuais do Dataprev não preveem o
cálculo considerando salários anteriores a julho de 1994, sendo necessárias
mudanças tecnológicas que viabilizem o procedimento. Isso num momento em que a
fila atual de beneficiários à espera de cálculos previdenciários chega a 5
milhões de pessoas, frisou o órgão.
Moraes reconheceu
as dificuldades técnicas, mas afirmou que a decisão do STF não pode ficar sem
resultado prático. “De fato, milhões de beneficiários da Previdência Social
aguardam há anos por uma resposta do Poder Judiciário, em matéria relacionada a
direitos fundamentais básicos, ligados à própria subsistência e à dignidade da
pessoa humana”, escreveu ele na decisão.
O ministro
acrescentou que “é preciso que a autarquia previdenciária requerente informe de
que modo e em que prazos se propõe a dar efetividade ao entendimento definido”
pelo STF. Somente após receber e analisar o plano é que decidirá sobre o pedido
de suspensão dos processos, afirmou Moraes, que é o relator do recurso em que o
tema foi julgado.
Agência Brasil
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