Internações de crianças por síndrome respiratória permanecem em alta.
O Brasil continua com alto número de internações causadas por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas crianças, com ocorrências em 13
dos 27 estados.
Segundo o Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (19)
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no quadro etário geral, em 19 das 27
unidades o crescimento é moderado na tendência de longo prazo, que considera as
últimas seis semanas, e de curto prazo, referente às últimas três semanas.
A análise tem como base dados inseridos no Sistema de
Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 8 de
maio, sendo referente à Semana Epidemiológica (SE) 18, de 30 de abril a 6 de
maio. Os resultados laboratoriais por faixa etária apontam predomínio dos casos
positivos para Sars-CoV-2 na população adulta, apesar de queda observada em
diversos estados. Em contrapartida, mantém-se sinal de aumento nos casos
associados ao vírus influenza A e B.
Vírus Sincicial
Entre as crianças pequenas, permanece o predomínio de casos
associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o que mantém o número de
novas internações em patamares elevados nesse público. O pesquisador Marcelo
Gomes, coordenador do InfoGripe, esclareceu que já no restante da população, a
expansão de casos se deve principalmente à covid-19. Chamou a atenção,
entretanto, para as tendências distintas entre os vírus associados aos casos em
adultos. “Enquanto os casos associados à covid-19 sugerem desaceleração para os
vírus influenza A e B, há indício de aumento recente em diversos desses
estados”, disse Gomes.
Estados e capitais
O aumento de casos em crianças foi registrado no Amazonas,
Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí,
Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe. O boletim indica que embora mais fraco
do que na população infantil, há possível sinal de crescimento em algumas das
faixas etárias da população adulta no Espírito Santo, Pará, Paraíba, Rio Grande
do Norte e Sergipe.
Em Alagoas e no Ceará, há manutenção de patamar relativamente
elevado na população a partir de 50 anos. No Paraná e Santa Catarina,
percebe-se a continuidade do alto nível em crianças e aumento recente na
população adulta. Já no Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o crescimento em todas
as faixas etárias analisadas se mantém, com destaque para o estado gaúcho. No
Acre e Tocantins, o sinal de crescimento ainda é compatível com oscilação em
período de baixa atividade, aponta o boletim da Fiocruz.
Os números em expansão destacam a necessidade de as pessoas
se vacinarem, afirmou o pesquisador da Fiocruz. “O cenário de manutenção da
presença de casos de SRAG associados à covid-19, bem como o aumento recente
naqueles associados ao vírus influenza A, reforça a importância da adesão às
campanhas de vacinação contra a covid-19 e contra a gripe”, disse.
O estudo mostra ainda que, no quadro etário geral, apresentam
sinal de crescimento na tendência de longo prazo, que compreende as últimas
seis semanas, até a SE 18, os estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia,
Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Entre as capitais, 15 apresentam sinal de crescimento. São
elas Belém (PA), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá
(AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS),
Portoa Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e Teresina (PI).
Este ano, já foram notificados 59.675 casos de SRAG, sendo
23.626 (39,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus
respiratório, 27.010 (45,3%) negativos e, pelo menos 5.458 (9,1%) aguardam
resultado laboratorial.
Óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, houve prevalência
no país dos casos como resultado positivo para vírus respiratórios, divididos
entre influenza A (13,5%); influenza B (7%); VSR (47,5%); e Sars-CoV-2/covid-19
(25,5%). Já entre os óbitos, a presença desses vírus entre os casos positivos
alcançou 14,5% (influenza A); 8,5% (influenza B); 10,1% (VSR); e 63,7%
(Sars-CoV-2/covid-19).
Agência Brasil
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