Crianças seguem no grupo mais afetado pela Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A síndrome respiratória aguda grave segue preocupando pais e
responsáveis. O vírus sincicial respiratório (VSR) ainda é o
mais identificado, sendo responsável pelas internações das crianças em,
pelo menos, seis estados das regiões Norte e Nordeste, segundo o mais recente
Boletim Infogripe da Fiocruz. O estudo mostra que Acre, Amapá, Pará, Rio Grande
do Norte, Roraima e Sergipe tiveram um aumento significativo no grupo das
crianças. Já em Sergipe, o crescimento ocorre tanto em crianças pequenas quanto
em faixas etárias da população adulta, especialmente nas idades mais
avançadas.
A pesquisa revela que, entre as capitais, dez apresentaram
crescimento de SRAG: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR),
Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Velho
(RO), Rio Branco (AC) e Teresina (PI). Os números são referentes à Semana
Epidemiológica 24, no período de 11 a 17 de junho. A análise tem como base
dados que foram inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica
da Gripe (Sivep-Gripe), até o dia 19 de junho.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do
InfoGripe, alguns estados até já apontam uma possível interrupção nessa
tendência de crescimento do número de novos casos semanais, mais ainda mantendo
um patamar extremamente elevado, ou seja, ainda não iniciaram a queda no número
de novos casos.
“A gente ainda tem um número muito expressivo, a gente ainda
tem muitas crianças que estão internadas, então ainda vai levar um tempo para
desafogar os nossos leitos hospitalares, por isso é extremamente importante
manter os cuidados mínimos para diminuir essas infecções", observa.
O pesquisador acrescenta que as baixas temperaturas favorecem
as infecções respiratórias nesse período do ano: “É importante mantermos
os cuidados de ventilação adequada e uso de boas máscaras por parte das pessoas
que estão apresentando sintomas gripais e não possuem condições de fazer o
repouso recomendado”, avalia.
O vírus sincicial respiratório foi responsável por 40,3% dos
casos de SRAG no país. O SARS-CoV-2, que causa a covid-19, respondeu por 22,8%
das ocorrências. Na sequência, com 17,5%, o vírus da Influenza A, e 6,6% o
vírus da Influenza B.
Uma portaria do Ministério da Saúde estabelece incentivo
financeiro para auxiliar estados e municípios que declararem emergência em
saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave. O valor destinado, de caráter excepcional
e temporário, é voltado à abertura de leitos de Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) pediátricas. Estados, municípios e o Distrito Federal precisam enviar um
ofício detalhando a condição dos serviços de saúde da região, capacidade
instalada e o número de leitos a serem ampliados ou convertidos, para fazer uso
do recurso. Também será necessária a apresentação de um Plano de Ação de
Enfrentamento à SRAG Pediátrica, com período de até 90 dias, para que haja
planejamento em número de leitos, em diárias, equipamentos, insumos e
procedimentos.
Tratamento
O médico infectologista Hemerson Luz explica que a síndrome
respiratória aguda grave é caracterizada por sintomas como febre de início
súbito, dor de cabeça, tosse, coriza, dificuldade de respirar, sensação de peso
no peito e uma queda na oxigenação no sangue. Ele explica que as crianças ainda
podem apresentar falta de ar, menor apetite, irritabilidade ou uma queda no
estado geral.
O especialista alerta para medidas que podem evitar o aumento
no número de casos. “A melhor forma de prevenir a síndrome respiratória aguda
grave é manter o sistema vacinal completo, principalmente contra a infuenza e
contra a covid-19. Além disso, sempre que ocorrerem sintomas gripais como nariz
escorrendo, dor de garganta, tosse, febre, dor de cabeça, deve-se procurar
atendimento médico imediatamente”, ressalta.
Fonte: Brasil 61 -
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