Ministério da Saúde recebe 400 mil doses de insulina de ação rápida para tratamento de pessoas com diabetes pelo SUS.
O Ministério da Saúde recebeu nesta segunda-feira (26), no
almoxarifado em São Paulo (SP), mais de 400 mil unidades de insulina análoga de
ação rápida. A antecipação, após cinco meses de intensivas ações junto ao setor
farmacêutico, vai permitir a continuidade do tratamento de 67 mil pessoas que
vivem com a diabetes mellitus tipo 1 e retiram o medicamento pelo SUS em todo o
Brasil. O quantitativo é resultado do pregão eletrônico, cujo contrato foi
assinado na última terça-feira (20), depois de duas tentativas de aquisição
frustradas por falta de propostas e adoção de medidas emergenciais por parte da
pasta. A previsão é que a remessa seja distribuída para todos os estados e
Distrito Federal nos próximos dias. Esta segunda (26) também marca o Dia
Nacional da Diabetes.
“Nós estamos trabalhando desde janeiro para resolver a
questão da insulina. Mantivemos o diálogo com as pessoas que vivem com
diabetes, familiares e entidades da área. Essa compra nos permite ter mais de
400 mil unidades de insulina análoga de ação rápida. E em julho nós teremos o
resultado da compra internacional garantindo assim, que não haja, de maneira
efetiva o desabastecimento do medicamento. O problema ocorreu em decorrência do
desabastecimento internacional, que é uma pauta central do Ministério, que é a
nossa autossuficiência desses produtos tão importantes. É uma preocupação do
Governo Federal e das pessoas que usam o medicamento. Nós não vamos deixar ter
desabastecimento”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, nesta segunda
(26).
Pelas regras do pregão, a empresa pode fazer a entrega do
produto em até 60 dias após a assinatura do contrato. No entanto, diante da
dificuldade de aquisição do medicamento e risco de desabastecimento, o
Ministério da Saúde antecipou a entrega, garantindo o recebimento da insulina
de ação rápida em menos de um mês após a conclusão do processo de compra.
Desde a incorporação da insulina análoga de ação rápida ao
SUS, o Ministério da Saúde realiza sua aquisição de forma centralizada. No
entanto, a Pasta vem enfrentando, nos últimos anos, dificuldade na compra do
medicamento – reflexo também da escassez mundial do produto. Dois pregões para
compra do medicamento com registro no país, o primeiro realizado em agosto de
2022 e o segundo em janeiro de 2023, não receberam propostas.
Outras ações
A partir do diálogo constante com as Secretarias Estaduais de
Saúde e do Distrito Federal e do monitoramento intenso dos estoques, o
Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (Conass), promoveu ações de remanejamento do medicamento entre os entes
federados, para manter o abastecimento igualitário na rede pública de saúde. Os
estados também foram autorizados a comprar diretamente o insumo, com garantia
de ressarcimento pelo Governo.
Em seguida, diante do risco de desabastecimento do produto no
SUS, e depois de dialogar com o setor farmacêutico, o Ministério da Saúde
realizou compra emergencial e assinou contrato de aquisição internacional de
1,3 milhão de unidades de insulina análoga de ação rápida com a empresa Globalx
Technology Limited. Essa compra foi autorizada pela Agência de Vigilância
Sanitária (Anvisa) no dia 05 de junho, por unanimidade, e seguiu normativa
prevista na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 203/2017 da Anvisa, que
dispõe sobre os critérios e procedimentos para importação, em caráter de
excepcionalidade, de produtos com registro em renomadas agências internacionais
vigilância sanitária.
A primeira remessa do medicamento deve começar a ser entregue
ao Ministério da Saúde até o dia 09 de julho de 2023. As mais de 400 mil doses
de insulina complementarão o abastecimento da rede, juntamente com as 1,3
milhão de doses da aquisição emergencial internacional. Com as duas aquisições,
mesmo em um cenário de escassez mundial, o Ministério da Saúde garante o
abastecimento ao SUS e o atendimento de todos os pacientes.
Diabetes
É uma doença causada pela produção insuficiente ou má
absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia
para o organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas
podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos
nervos. Em casos mais graves, o diabetes pode levar à morte.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem
atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o
que representa 6,9% da população nacional. A melhor forma de prevenir é
praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e
evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos de graça
para tratar a diabetes no Brasil. São seis medicamentos financiados pelo
Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas ao Programa Farmácia
Popular, são eles: insulina humana NPH –
suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três
medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue:
Glibenclamida, Metformina 500mg e 850mg. Além disso, as pessoas que vivem com a
doença também são acompanhadas pela Atenção Básica. Para monitoramento do
índice glicêmico, também está disponível nas Unidades Básicas de Saúde
reagentes e seringas.
Em março de 2017, a Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS (CONITEC) incorporou ao SUS duas novas tecnologias para o
tratamento do diabetes. A caneta para injeção de insulina, para proporcionar a
melhor comodidade na aplicação, facilidade de transporte, armazenamento e
manuseio e maior assertividade no ajuste da dosagem e a insulina análoga de
ação rápida, que são insulinas semelhantes às insulinas humanas, porém com
pequenas alterações nas moléculas, que foram feitas para modificar a maneira
como as insulinas agem no organismo humano, especialmente em relação ao tempo
para início de ação e duração do efeito.
Com Ministério da Saúde
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