Prefeituras recebem mais de R$ 5 bilhões do FPM nesta sexta-feira (9).
Valor representa 30% a menos do que foi pago no primeiro
decêndio de maio. Queda em relação ao mês passado se deve ao comércio do Dia
das Mães e também à alta taxa de juros, segundo especialista.
Prefeituras de todo o Brasil recebem, nesta sexta-feira (9),
um total de R$ 5.101.467.697,53 referente aos repasses do FPM (Fundo de
Participação dos Municípios). O dinheiro é creditado nas contas dos municípios
através do Banco do Brasil.
O valor dos repasses neste primeiro decêndio de junho revela
uma queda de 30%, em relação com o primeiro decêndio de maio. O FPM é
fundamental para a maioria dos municípios brasileiros, principalmente os
menores e mais pobres, que dependem deste dinheiro para pagar contas
fundamentais como a folha de funcionários, além de serviços de saúde e outras
despesas prioritárias.
Os recursos são descontados de impostos arrecadados pelo
governo federal e são repassados às prefeituras a cada dez dias do mês (por
isso o nome de “decêndio”).
Para o consultor de Orçamentos César Lima, a queda de 30% em
comparação com o primeiro decêndio de maio se deve ao resultado do consumo
registrado pelo comércio, na véspera do Dia das Mães.
Além do bom movimento no comércio na véspera do Dia das Mães,
outro motivo que explica a queda do FPM neste primeiro decêndio de junho em
relação ao mês de maio seria a taxa de juros – que ainda é considerada alta –
conforme lembra o consultor de Orçamento, César Lima. Segundo ele, juros altos
influem na diminuição do consumo, resultando automaticamente a redução da
arrecadação de impostos, ocasionando também a baixa dos valores do FPM no
período.
Baixo consumo
“Então temos aí uma queda realmente expressiva, que vem
acontecendo desde janeiro passado nesse mesmo viés de diminuição”, registrou
César Lima. “Muito disso se dá, claro, pela alta taxa de juros que está sendo
mantida no país como uma forma de frear o consumo”, observou.
“Portanto estamos vendo, realmente, o consumo sendo freado e
representando uma menor arrecadação para o governo federal. Consequentemente,
há um menor resultado de FPM para os municípios”, concluiu o especialista.
Importância
O FPM é uma das principais fontes de receita dos municípios.
Conforme dados da CNM (Confederação Nacional de Municípios), o Fundo é a maior
fonte de recursos para cerca de 60% das prefeituras de todo o Brasil. Quando
cai a arrecadação, a maioria dos gestores municipais enfrenta grandes
dificuldades para manter as contas em dia.
O prefeito de Alcantil (PB), Cícero José Fernandes do Carmo,
revelou que seu município possui apenas 5.832 habitantes e depende 100% do FPM
para sobreviver. “Nosso município pequeno, e depende 100% dos repasses de FPM e
ICMS. Não tem arrecadação, a arrecadação que tem é IPTU, que é muito pouco,
muito baixa. Quando cai a arrecadação, a conta não fecha”, explicou.
Clique Aquí e saiba quanto seu município receberá:
Prefeituras bloqueadas
Conforme pesquisa no site do Siafi (Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal), os municípios abaixo estão
impedidos de receber repasses do FPM. Para resolver a situação ou obter maiores
esclarecimentos, seus representantes devem encaminhar-se ao órgão responsável
da sua região para regularização e desbloqueio:
Bacabeira (MA)
Bicas (MG)
Capivari do Sul (RS)
Carmópolis (SE)
Congonhas (MG)
Fátima (BA)
Ilhota (SC)
Lagoa da Prata (MG)
Nazária (PI)
Palmeira das Missões (RS)
Pedrinhas (SE)
Três Barras (SC)
Como funciona
O FPM é um fundo que representa 22,5% da arrecadação da União
com os valores recebidos pela Receita Federal do Imposto de Renda e o IPI. São
três transferências de recursos por mês, feitas a cada dez dias (por isso o
nome “decêndio”). Se a data cair no sábado, domingo ou feriado, o repasse é
antecipado para o primeiro dia útil anterior. O dinheiro das prefeituras é
creditado pelo Banco do Brasil.
Os percentuais de participação de cada município são
calculados anualmente pelo TCU, de acordo com o número de habitantes de cada
cidade e a renda per capita dos estados. Os municípios são divididos em três
categorias: capitais, interior e reserva. As capitais dos estados e Brasília
recebem 10% do FPM.
Os demais municípios brasileiros são considerados de
interior, e ficam com 86,4% do fundo. Já os municípios de reserva são aqueles
com população superior a 142.633 habitantes e recebem – além da participação
como município de interior – uma cota adicional de 3,6%.
Fonte: Brasil 61 -
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