Operação do MPRN combate esquema de lavagem de dinheiro por meio de pirâmide financeira.
Material apreendido durante a operação - Foto: Divulgação/MPRN
Operação Gizé foi deflagrada
nesta segunda-feira (17). Um sócio no esquema foi preso e outro está foragido.
Grupo ainda é investigado por associação criminosa.
O Ministério Público do Rio
Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta segunda-feira (17) a operação Gizé. O
objetivo é combater um esquema de pirâmide financeira que vem causando
prejuízos às vítimas das fraudes. O MPRN já obteve judicialmente o bloqueio de
contas e a indisponibilidade de bens de duas empresas e de três homens sócios
no esquema. Um desses homens foi preso preventivamente e outro é considerado
foragido da Justiça.
Além da prisão preventiva, a
operação Gizé cumpriu outros quatro mandados de busca e apreensão com o apoio
da Polícia Militar. Ao todo, participaram da ação quatro promotores de Justiça,
17 servidores do MPRN e 16 policiais militares.
O MPRN também obteve a
indisponibilidade de bens e veículos dos investigados e ainda o bloqueio de
ações e de planos de previdência deles. Pelo que já foi apurado, três homens se
associaram para a prática dos crimes de lavagem de capitais e ocultação da
origem ilícita dos valores arrecadados em desfavor das vítimas. Inicialmente,
os crimes foram cometidos entre os anos de 2014 a 2017, por meio da abertura de
uma empresa.
Os ilícitos relativos à
pirâmide financeira foram praticados por meio de um site. Nessa página na
internet, a empresa se declarava como um grupo de investimento no mercado
financeiro. Lá, a empresa se revestia de “marketing multinível” para convencer
os consumidores a associarem-se, prometia lucros, remunerações e benefícios
futuros bem acima da expectativa de mercado.
No decorrer do tempo, como é
previsto em sistemas de ganhos com base em pirâmides financeiras, os clientes
que aderiram à proposta anunciada deixaram de ser remunerados, desencadeando
uma série de denúncias de natureza fraudulenta contra a empresa. Diante disso,
o grupo investigado passou a dissimular a origem ilícita dos valores auferidos,
assim como empreenderam esforços na sua ocultação.
Em razão dos sucessivos
atrasos dos valores investidos pelos clientes na empresa, o nome e o CNPJ dela
ficaram marcados por máculas geradas pela fama do uso da pessoa jurídica para
aplicar golpes. Esses registros foram feitos em 2019. Apesar dos registros
terem ocorrido em 2019, a empresa já não existia oficialmente desde 2017,
circunstância que, para o MPRN, demonstra premeditação e consciência do
desenvolvimento de atividade ilícita por parte dos investigados.
O MPRN apurou que, além de
planejar os atos de dissimulação e ocultação dos valores obtidos, os
investigados acumularam capital em detrimento das vítimas sabendo que elas não
seriam restituídas ou remuneradas. Prova disso é que eles alteraram o nome societário,
extinguiram a empresa e continuaram funcionando por interposta pessoa jurídica
como se em funcionamento ainda estivessem.
Cerca de um mês antes da
data de encerramento da empresa, em agosto de 2017, os sócios constituíram uma
nova empresa, com o mesmo endereço da anterior e com os antigos sócios. Para o
MPRN, essa conduta, somada à continuidade das atividades em nome de empresa
oficialmente extinta, evidencia a comunhão de esforços dos investigados em
dissimular a origem ilícita dos valores, assim como condutas de ocultação das
quantias apuradas.
De acordo com o que já foi
apurado, a nova empresa serviu para blindar a atuação da anterior, pois
recepcionou valores da empresa extinta após seu encerramento formal, com
ulterior redistribuição das quantias entre os sócios investigados. Com essa
ação, os sócios puderam dissimular a origem do dinheiro ilícito.
A operação Gizé apreendeu
documentos, computadores, mais de 3,5 mil dólares em espécie e aparelhos de
telefonia celular. O material apreendido será analisado pelo MPRN para tentar
descobrir se novos crimes foram cometidos contra mais vítimas por meio da
implementação de outras pirâmides financeiras. O homem preso já foi encaminhado
para o sistema prisional potiguar e está à disposição da Justiça.
Ascom/MPRN
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