Aneel aprova consulta pública para reduzir bandeira tarifária.
Proposta não impactará conta de luz porque reservatórios
estão cheios.
O equilíbrio na oferta de eletricidade permitiu à Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discutir a redução em até 36,9% o valor da
bandeira tarifária, cobrança de tarifas extras em cenário de escassez. A
agência reguladora aprovou nesta terça-feira (22) a abertura de uma consulta
pública sobre o tema.
Pela proposta, a bandeira amarela cairia de R$ 2,989 por 100
quilowatts-hora para R$ 1,885, recuo de 36,9%. Na bandeira vermelha, o valor
cairia de R$ 6,50 para R$ 4,464 no patamar 1 (redução de 31,3%) e de R$ 9,795
para R$ 7,877 no patamar 2 (redução de 19,6%). Os interessados podem enviar as
contribuições de quarta-feira (23) até 6 outubro, para o e-mail
cp026_2023@aneel.gov.br .
A redução foi possível por três motivos. Primeiro, os
reservatórios das hidrelétricas estão em níveis confortáveis, além do que a
oferta de energia renovável no país está em expansão, com a produção de energia
eólica e solar em alta e o preço internacional dos combustíveis fósseis (carvão
e gás natural) usado para abastecer as termelétricas caiu em relação ao ano
passado.
Nesse momento, a proposta não terá impacto na conta de luz
porque, desde abril do ano passado, a bandeira tarifária está no nível verde,
em que não há tarifas adicionais, e deve permanecer assim até pelo menos o fim
do ano. No entanto, a Aneel informou, em nota, que as bandeiras tarifárias mais
baixas deverão acarretar menor reajuste nas contas elétricas nas próximas
revisões de tarifas por causa da queda dos valores vinculados à operação do
Sistema Interligado Nacional.
Bandeiras
Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem
os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as
bandeiras indicam quanto está custando para o SIN gerar a energia usada nas
casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há
nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a
conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (bandeira amarela) a R$ 9,795
(bandeira vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou, de setembro de 2021 a 15 de
abril de 2022, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.
O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro
subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o
país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região
Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima.
Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o
consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por
energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.
Agência Brasil
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