Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques é preso em investigação sobre interferência nas eleições de 2022.
Pedido foi feito por
Alexandre de Moraes, do Supremo; segundo a PF, investigação sobre Silvinei e
PRF podem configurar crimes de prevaricação e violência política.
O ex-diretor-geral da
Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso pela Polícia
Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis, em
investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.
Ele comandava a corporação à
época. Detido na capital catarinense, Silvinei está sendo levado para Brasília.
A prisão do ex-diretor-geral
ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que ainda cumpre 10 mandados
de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e
Rio Grande do Norte.
Um dos mandados é contra o
ex-corregedor-geral da PRF, Wendel Matos, responsável pela arquivação das
denúncias das Blitze. À época, a PRF chegou a fazer uma investigação interna
sobre a atuação, mas o então corregedor-geral determinou o arquivamento parcial
da apuração.
O ex-diretor de Inteligência
de Silvinei também é um dos alvos.
Os mandados foram expedidos
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A operação também contou com
o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou também a oitiva de 47
policiais rodoviários federais.
Blitze no dia das eleições
Durante a realização do
segundo turno das eleições, em 30 de outubro, a PRF realizou mais de 500
operações no transporte de eleitores em diversas estradas do país. As ações
foram suspensas após pedido da Justiça Eleitoral.
No mesmo dia, o então
presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, disse que as
operações não impediram eleitores de chegarem aos seus locais de votação.
Apesar disso, pessoas relataram dificuldade em chegar aos locais de votação.
Segundo a PF, o objetivo da
operação desta quarta-feira é esclarecer o suposto uso da máquina pública para
interferir no processo eleitoral. De acordo com as investigações, integrantes
da Polícia Rodoviária Federal teriam “direcionado recursos humanos e materiais
com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de
2022”.
“Os crimes apurados teriam
sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do
segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região
Nordeste do país”, acrescenta a Polícia Federal.
“Os fatos investigados
configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos
no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do
sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou
candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.”
Quem é Silvinei Vasques
Natural de Ivaiporã, Paraná,
Vasques, que pertence aos quadros da PRF desde 1995, exerceu atividades de
gerência e comando em diversas áreas do órgão. Ele foi superintendente nos
Estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, e atuou como Coordenador-Geral de
Operações.
Também exerceu os cargos de
Secretário Municipal de Segurança Pública e de Transportes no Município de São
José, em Santa Catarina, entre os anos de 2007 e 2008.
Em abril de 2021, durante a
gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele foi nomeado diretor-geral da
PRF.
De acordo com seu currículo,
disponível no site do governo federal à época, o ex-diretor-geral é graduado em
Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); em
Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali); em Segurança Pública
pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul); e em Administração de
Empresas pela Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC).
Em 25 de novembro de 2022,
Vasques se tornou réu por improbidade administrativa, após ser acusado de uso
indevido do cargo que ocupava, bem como de símbolos e imagem da instituição
policial durante as eleições presidenciais.
Em dezembro, Vasques foi
dispensado do cargo e, no mesmo mês, a PRF concedeu aposentadoria voluntária ao
ex-diretor-geral, então com 47 anos.
CNN Brasil
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