Preso por esfaquear ex-mulher no olho não queria que ela enxergasse outros homens, diz delegada.
Um homem de 30 anos foi preso suspeito de tentativa de
feminicídio ao esfaquear a ex-mulher com mais de 20 golpes no rosto. O crime
aconteceu na quinta-feira (3), no bairro de Água Fria, em João Pessoa, e a
prisão aconteceu nesta segunda-feira (7), quando o suspeito foi prestar
esclarecimentos na delegacia. A prisão aconteceu na mesma data em que a Lei
Maria da Penha – que tornou crime a violência doméstica e familiar contra a
mulher, completou 17 anos.
Segundo a delegada Amin Oliveira, da Delegacia Especializada
de Atendimento à Mulher (Deam), a vítima procurou a delegacia no sábado (5),
após receber alta do hospital onde estava sendo atendida. “Ela relatou tudo o
que estava vivenciando e que tinha acabado de sair do hospital com vários
golpes de faca que o ex-companheiro fez, por questões de ciúme e por estar
inconformado com a separação”, disse a delegada.
Conforme a vítima, que tem 23 anos, o histórico de violência
doméstica já acontecia há pelo menos cinco anos. Recentemente o casal havia se
separado, e desde 2020, havia uma medida protetiva contra o suspeito. Segundo a
delegada, a jovem relatou à polícia que o homem a esfaqueou no rosto, pois não
queria que ela visse nenhum outro homem.
“No sábado, ouvimos a vítima, uma amiga dela e vizinhos, que
a socorreram. No mesmo dia, fizemos um pedido de prisão preventiva, que foi
atendido pela Justiça. Fomos até a casa do suspeito, mas não o encontramos”,
relatou Amin Oliveira.
Ainda conforme a delegada, ao chegar na casa do suspeito, a
polícia encontrou o pai dele, que foi uma das testemunhas do crime, e que vai
responder por omissão de socorro. “Ele estava presente e não prestou socorro,
viu ela sofrendo, sangrando e não fez nada para conter o agressor. Viu a mulher
passando por tudo aquilo e não fez nada para impedir”, contou a delegada.
Conforme Amin Oliveira, a polícia indicou ao pai do suspeito
que o filho deveria comparecer à Polícia Civil para prestar depoimento. Nesta
segunda-feira, o homem foi até a Deam, onde foi ouvido, e em seguida foi
cumprido o mandado de prisão preventiva.
Como denunciar violência contra a mulher
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios,
feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por
meio de três telefones:
197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de
emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está
disponível para celulares com sistemas operacionais Android e IOS e tem
diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e
e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da
Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as
investigações.
Por g1 PB
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