Caso Ana Sophia: polícia pede prisão temporária de suspeito desaparecido.
Justiça ainda precisa
autorizar o pedido da polícia para que um mandado de prisão seja expedido
contra Tiago Fontes Silva da Rocha.
A polícia pediu a prisão
temporária de Tiago Fontes Silva Rocha por homicídio qualificado, dentro das
investigações do caso Ana Sophia, menina de 8 anos que sumiu na cidade de
Bananeiras, há mais de dois meses. O suspeito está sumido desde o início do
mês, logo após de ter a casa vistoriada pela polícia.
O pedido protocolado pela
polícia ainda precisa ser acatado pela Justiça para que seja expedido um
mandado de prisão contra Tiago Fontes Silva da Rocha.
Tiago está desaparecido
desde pouco depois de uma vistoria feita na casa dele pela polícia, que ficou
sabendo sobre o sumiço do jovem no último dia 11 de setembro, segundo
informações do delegado Luciano Soares, superintendente da 4ª região da Polícia
Civil.
“Imagens de câmeras
coletadas em imóveis no centro de Bananeiras já demonstram que ele (Tiago
Fontes), após descer de um ônibus próximo à mata da UFPB, se dirigiu ao centro
de Solânea, a poucos metros, de forma que ele também já foi visto no centro de
Solânea, porém não retornou ao seu imóvel. Ele estava sozinho, o que
aparentemente demonstra que o desaparecimento ocorreu de forma voluntária”,
disse o delegado à época.
Quebra de sigilo
A polícia também pediu, no
final de agosto, uma quebra de sigilo telefônico e telemático contra Tiago
Fontes e outras três pessoas.
O g1 entrou em contato com o
advogado de defesa de Tiago Fontes, que é representado pelo advogado Marcus
Alânio, mas não teve as ligações atendidas até o momento de publicação da
matéria.
Cronologia do
desaparecimento de Ana Sophia
Na terça-feira, 4 de julho,
por volta das 12h, Ana Sophia pediu à mãe para ir brincar na casa de uma
colega, como de costume. A menina de 8 anos era acostumada a andar pelas ruas
do pequeno distrito. Ela se despediu por três vezes e saiu usando um vestido
azul florido.
Ana Sophia foi até a casa da
colega, mas não permaneceu por muito tempo, pois a menina estava de saída com a
família para Solânea.
Uma câmera de segurança
registrou Ana Sophia se despedindo da colega e retornando, como se estivesse
voltando para casa, no entanto, ela nunca chegou na sua residência. Aquele foi
o último registro da criança. A suspeita é de que ela tenha desaparecido nesse
trajeto.
No mesmo dia, a família de
Ana Sophia registrou na polícia o desaparecimento, e as buscas começaram no dia
seguinte.
As investigações
Na quarta-feira, 5 de julho,
a Polícia Civil começou a procurar pela menina, com apoio da Polícia Militar e
Corpo de Bombeiros. Uma força-tarefa foi montada, e as buscas já aconteceram na
casa da menina, em imóveis vizinhos, em açudes e nas matas da região. Foram
usados cães farejadores, drones, helicóptero, mergulhadores dos Bombeiros e até
retroescavadeira para reduzir o volume de um açude.
O delegado Diógenes
Fernandes, da delegacia de Solânea, que também acompanhava o caso, disse que,
por causa do tempo do desaparecimento, a hipótese de homicídio passou a ser
considerada. No entanto, há também a possibilidade de um sequestro. O delegado
também afirmou que a polícia considera a hipótese de que a menina tenha sido
vítima de um crime cometido por alguém próximo.
Um vídeo que mostra uma
criança entrando em uma casa, numa rua próxima de onde a menina desapareceu,
também foi investigado pela polícia. Não se sabe ao certo se é Ana Sophia na
imagem por causa da distância e da qualidade do vídeo. Mas a casa foi toda
vistoriada há uma semana e nada foi encontrado. No local e na vizinhança moram
outras crianças.
Em 28 de julho, a Polícia
Civil anunciou a criação de uma força-investigativa com 11 agentes que devem
atuar exclusivamente nas investigações sobre o desaparecimento de Ana Sophia.
São dois novos delegados, um escrivão e oito investigadores.
A mãe da menina Ana Sophia
também teve o material genético coletado pelo Instituto de Polícia Científica
no dia 15 de agosto. De acordo com o delegado Diógenes Fernandes, a coleta de
DNA é um procedimento padrão em casos de desaparecimentos, e tem o objetivo de
auxiliar na investigação.
Mandados de busca e
apreensão foram cumpridos na quinta-feira, dia 31 de agosto, em imóveis do
distrito de Roma, em relação ao desaparecimento da menina Ana Sophia. De acordo
com o superintendente da 4ª região da Polícia Civil, Luciano Soares, a ação constitui
mais uma fase da força-tarefa investigativa montada para solucionar o
desaparecimento.
Mais recentemente, Tiago
Fontes, o homem que teve a casa vistoriada pela polícia, desapareceu pouco
depois das buscas na própria residência.
Por g1 PB
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