Governo anuncia reajuste de 16% para transporte escolar.
Transporte escolar - Imagem ilustrativa - Reprodução/Internet
Depois de sete anos, último reajuste havia ocorrido em 2018
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou, nesta
terça-feira (5), que os valores destinados ao programa nacional de transporte
escolar tiveram reajuste de cerca de 16% em 2023. Santana participou do
programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov, ao lado
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, o acréscimo é em torno de R$ 100 milhões
e 4,6 milhões de crianças que vivem em áreas rurais serão beneficiadas. O
repasse com os novos valores começa no próximo dia 10. “Serão investidos quase
R$ 900 milhões este ano”, disse Santana.
O Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar
proporciona assistência técnica e financeira, de caráter suplementar, para
estados, municípios e o Distrito Federal. Os recursos podem ser utilizados para
seguros, licenciamentos, serviços de mecânica, equipamentos como pneus e
câmaras, recuperação de assentos, combustível e lubrificantes do veículo ou
embarcação utilizada no transporte.
O cálculo do montante do recurso enviado anualmente aos entes
federados é feito baseado no Censo Escolar do ano anterior. Segundo o
Ministério da Educação, o orçamento do programa permaneceu sem reajustes entre
2010 e 2017, com aumento de 15,8% em 2018.
De acordo com Santana, o governo também garantiu a compra de
novos ônibus escolares no eixo educação do Novo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). A previsão inicial é de compra de 3 mil novos veículos e o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação prepara a edital para mais 16
mil.
Educação inclusiva
O ministro informou ainda sobre relançamento da Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Em 1º de
janeiro, Lula revogou decreto do governo Jair Bolsonaro sobre política de
educação especial. Segundo a atual gestão, a política “segregava crianças,
jovens e adultos com deficiência, impedindo o acesso à educação inclusiva”.
Camilo Santana lembrou que o Plano Nacional de Educação
(PNE), em sua meta 4, estabelece que as pessoas com deficiências e
neurodivergências, como aquelas do espectro autista, precisam estar incluídas
nas salas de aula regulares das escolas públicas ou privadas. “Esse aluno que
está na sala de aula, juntamente com os outros coleguinhas, as evidências já
mostraram que isso aumenta o seu aprendizado, o seu desenvolvimento”, disse o
ministro.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a nova política
deve beneficiar 1,6 milhão de alunos da educação básica; 63 mil estudantes do
ensino superior; 106 mil gestores escolares; 48 mil professores de Atendimento
Educacional Especializado e 1,2 milhão de professores de classes comuns.
Segundo o ministro, a nova política terá metas estabelecidas e prevê a formação
de professores e a instalação de salas multifuncionais, com materiais
adaptados.
O presidente Lula aproveitou e fez um chamamento às famílias,
para que incluam suas crianças na comunidade escolar.
“Essa criança tem todas as condições de aprender, de estudar,
fazer coisas boas. O que é preciso é a gente não ter vergonha, a gente cuidar
das nossas pessoas, levar para escola e o Estado criar condições para que essas
crianças sejam recebidas normalmente sem nenhum problema, sem nenhum
preconceito”, disse Lula.
Bolsas
Em breve, o governo também pretende criar uma bolsa para
evitar evasão escolar de alunos de ensino médio. Segundo o ministro Camilo
Santana, um projeto será enviado ao Congresso Nacional para criar uma espécie
de bolsa poupança para estimular os jovens a não deixarem os estudos.
“Hoje, 13% dos alunos do primeiro ano do ensino médio
abandonam a escola. A bolsa poupança vai permitir que possam ter um estímulo.
Claro que o estímulo tem de ser uma boa escola, que eles se sintam a vontade de
ir, uma escola acolhedora, criativa que possa dar capacitação, mas também vai
ser uma forma da gente não perder esses alunos, que muitas vezes estão
abandonando as escolas e indo para outras finalidades ruins”, disse.
A partir do próximo ano, segundo o ministro, o MEC ainda vai
universalizar a bolsa de assistência estudantil a indígenas e quilombolas que
ingressam no ensino superior.
Agência Brasil
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