Governo Federal não determinou instalação de banheiros unissex.
Resolução do Ministério dos
Direitos Humanos não possui poder de lei
O Ministério dos Direitos
Humanos e Cidadania (MDHC) publicou no Diário Oficial da última sexta (22/9)
uma resolução que estabelece parâmetros para a garantia das condições de acesso
e permanência de pessoas travestis, mulheres e homens transexuais, e pessoas
transmasculinas e não binárias - e todas aquelas que tenham sua identidade de
gênero não reconhecida em diferentes espaços sociais - nos sistemas e
instituições de ensino.
Diferente do que está sendo
propagado por peças de desinformação, o documento não possui caráter legal ou
de obrigatoriedade e nem cita banheiros unissex. Também não há decreto, ordem
emanada de autoridade superior que determine o cumprimento de resolução sobre o
tema. A resolução apenas formula orientações quanto ao reconhecimento institucional
da identidade de gênero e sua operacionalização.
O que a resolução aponta é a
garantia de uso de banheiros, vestiários e demais espaços onde haja uso de
acordo com gênero de acordo com a identidade e/ou expressão de gênero de cada
estudante. O documento também se ocupa de medidas que minimizem o risco de
violência e discriminações, dentre elas a adoção de banheiros de uso
individual, independente de gênero, para além dos já existentes masculinos e
femininos nos espaços públicos.
A resolução do MDHC estende
as orientações aos casos de alunos menores de idade. De acordo com o documento,
as instituições devem explicações registradas por escrito aos pais e
responsáveis legais nos casos de negativa da garantia do uso do nome social
e/ou da liberdade de identidade e expressão de gênero junto à instituição de
ensino. A resolução também orienta pais e responsáveis legais pela efetivação
de denúncia junto aos órgãos de proteção de crianças e adolescentes nessas
eventualidades.
A orientação também se
aplica aos processos de acesso às Instituições de Ensino, tais como concursos,
inscrições, entre outros, tanto para as atividades de ensino regular ofertadas
continuamente quanto para atividades eventuais.
Diante da constante rede de
desinformação que falam em determinação governamental sobre o tema, o ministro
do MDHC, Silvio Almeida, acionou a Advocacia-Geral da União pedindo apuração.
“Quem usa a mentira como meio de fazer política, incentiva o ódio contra
minorias e não se comporta de modo republicano tem que ser tratado com os
rigores da lei. É assim que vai ser”, declarou o ministro neste sábado (23) em
uma rede social.
Secom/Governo Federal
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