CONSELHOS TUTELARES: municípios com eleições canceladas terão nova data definida.
Mais de 30 mil conselheiros tutelares foram eleitos e tomarão
posse em 10 de janeiro de 2024. Nas 21 capitais onde a apuração já foi
concluída, 1,6 milhão de votos foram apurados. Um aumento de 25,8% comparado ao
pleito anterior, realizado em 2019, que registrou 1,2 milhão. Durante o processo
de votação no último domingo (1º), ocorreram problemas na configuração de
algumas urnas eletrônicas e 18 municípios tiveram as eleições adiadas. A
advogada especialista em direito eleitoral Mariângela Correa
Tamaso explica que, nesses casos, os cidadãos ainda poderão escolher os
conselheiros tutelares dessas localidades.
“Quando ocorre um cancelamento, o Conselho Tutelar define uma
nova data a ser divulgada para a realização das eleições. Nos outros
municípios, os problemas conseguiram ser solucionados no momento da votação e
as eleições tiveram sua continuidade regular”, informa.
Em São Paulo, por exemplo, durante a votação foram
identificados problemas na configuração das urnas eletrônicas em 12 cidades. Em
sete delas, por decisão da Comissão Eleitoral local, foi necessário o
cancelamento da eleição: Diadema, Caieiras, Andradina, Bertioga, Castilho,
Murutinga do Sul e Pirapora do Bom Jesus.
Em Natal (RN), a prefeitura também suspendeu a eleição após
irregularidades registradas na distribuição das urnas eletrônicas nos locais de
votação, por recomendação do Ministério Público Estadual. A nova eleição já foi
definida e será realizada no dia 29 de outubro, de acordo com informações do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Natal (Comdica).
Quatro cidades do Rio Grande do Sul tiveram adiamento
anunciado antes mesmo de domingo, devido aos impactos das fortes chuvas no
estado.
Nas cidades onde foi identificada eleição indireta —
Uberlândia (MG), Rio Largo (AL) e Santana do Ipanema (AL) — o Ministério dos
Direitos Humanos e da Cidadania pretende acionar a Advocacia-Geral da União e o
Ministério Público para que ocorra nova votação e os conselheiros tutelares
sejam eleitos pelo voto direto. A medida adotada anteriormente contraria o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Mais de 56 mil urnas eletrônicas foram utilizadas em todo o
país. A advogada Mariângela destaca que coube à Justiça Eleitoral, por
meio dos Tribunais Regionais Eleitorais e das Zonas Eleitorais, apenas o apoio
ao processo de escolha dos membros dos Conselhos Tutelares.
“Apesar de fornecer as urnas eletrônicas e até mesmo urnas de
lona para os municípios onde a eleição não ocorreu por meio da urna eletrônica,
a Justiça Eleitoral não ficou responsável pela organização do pleito. Esta
responsabilidade coube aos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
Adolescente, sob a fiscalização do Ministério Público, conforme determina o
artigo 139 do Estatuto da Criança e do Adolescente”, conta.
Normalidade na votação
A promotora de justiça Karina Rocha, lotada na Promotoria de
Justiça da Infância e Juventude Cível do MPDFT, diz que a votação ocorreu
dentro da normalidade. “O Ministério Público esteve presente em todas as fases
do processo eleitoral, participando ativamente para fiscalizar de modo que
ocorresse de uma forma hígida e segura. 56 promotores de justiça percorreram
todos os locais de votação e se fizeram presentes também nos locais de
totalização dos votos”, esclarece.
Na opinião da advogada especialista em direito eleitoral,
Mariângela Correa, os conselhos tutelares desempenham um papel importante para
a sociedade e recebem uma responsabilidade enorme na proteção das crianças e
dos adolescentes.
“Não é por outra razão que existem aproximadamente 30 mil
conselheiros tutelares no Brasil — e são eles que deliberam a respeito da
proteção da criança e do adolescente e tem a função de zelar pelo cumprimento
dos direitos, e são eles que verificam se os direitos estão sendo cumpridos
pela família, pela sociedade e até mesmo pelo Estado”, observa.
Até o fechamento da matéria, alguns municípios ainda estavam
em processo de apuração do resultado das eleições. Os resultados estão sendo
divulgados pelas prefeituras e as listas com os nomes dos eleitos como
conselheiros tutelares estão sendo publicadas no Diário Oficial de cada
governo. A posse está prevista para 10 de janeiro de 2024. Os novos membros
cumprirão mandato de quatro anos (2024/2027).
Fonte: Brasil 61 -
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