Prefeitura de Picuí e IFPB reafirmam parceria do projeto “Fábrica de Solos”.
Ranieri Ferreira, José Hermano e Olivânio Remígio - Foto: Assessoria
Na tarde desta segunda, 30 de outubro, o prefeito Olivânio
Remígio e Ranieri Ferreira, secretário municipal de Agricultura, Turismo e Meio
Ambiente, estiveram no campus do IFPB para reafirmarem a parceria do projeto
FÁBRICA DE SOLOS junto àquela instituição de ensino. Ambos foram recebidos por
José Hermano Cavalcanti Filho, diretor-geral do IFPB Campus-Picuí e juntos
assinaram mais um termo de parceria do projeto que, desde 2017, faz a diferença
no tocante à desertificação e à problemática dos resíduos sólidos em Picuí.
O projeto “Fábrica de Solos” é o resultado de uma política
inovadora adotada pela Prefeitura de Picuí e está voltado para a produção de
adubo a partir do lixo orgânico da cidade. Após a produção do adubo, ele é
distribuído com o objetivo de ajudar os agricultores a lidarem com o problema
da erosão e da falta de matéria orgânica no solo da região. Ranieri Ferreira
explica de onde partiu a ideia para desenvolver a ação: “A ideia do projeto
surgiu de uma vontade que o prefeito Olivânio e eu trouxemos para o âmbito das
políticas públicas. Nós éramos militantes de organizações não-governamentais,
principalmente, do CEOP, onde trabalhávamos com agriculturas familiares e vimos
a necessidade de fortalecer as práticas agroecológicas baseadas na conservação
do solo. Trabalhávamos muito no campo da água e víamos o potencial da matéria
orgânica que eles desperdiçavam nas propriedades, observávamos também a
problemática dos resíduos orgânicos da cidade que eram desperdiçados e causavam
problemas.", lembrou Ranieri.
O projeto “Fábrica de Solos” foi finalista no Prêmio ODS
Brasil 2018 e recebeu o diploma de menção honrosa na cerimônia de premiação em
Brasília em dezembro de 2018. O prefeito Olivânio Remígio conta como foi a
experiência: “No início de 2018 surgiu o Prêmio ODS e chegou um e-mail da Casa
Civil para a Secretaria de Assistência Social do município, para que a
secretaria inscrevesse projetos que estivessem dentro dos 17 Objetivos. E
estava lá a Fábrica de Solos, que nós já tínhamos dado esse nome para dar mais
sentido ao trabalho já que o problema da desertificação da nossa região é grave
e está relacionado diretamente com a ausência de matéria orgânica do solo, e há
um processo de erosão absurdo. Então nós pensamos na ideia de não ser apenas um
centro de compostagem, vamos ser “Fábrica de Solos”. Nós nos inscrevemos e fomos selecionados para irmos a
Brasília. E, dentre
dezenas de projetos, ficamos entre os 10 mais relevantes do Brasil. Hoje,
estamos em um banco de projetos de boas práticas nos ODS”, pontuou Olivânio.
A partir daí do Prêmio ODS Brasil 2018, o projeto ganhou uma
relevância política muito grande porque mais gente da gestão se interessou, e
os agricultores, a partir dessa forma pedagógica de apresentar o projeto,
manifestaram mais interesse ainda, despertando também práticas locais de
conservação da matéria orgânica, uma vez que os agricultores começaram a
utilizar suas máquinas forrageiras para produzir material orgânico. O projeto
tem ainda uma série de desdobramentos no município e, principalmente, no impacto
no âmbito urbano, a inovação no sentido de tratar, de forma correta resíduos
produzidos na cidade.
Em 2021, o projeto “Fábrica de Solos” recebeu a visita do
Ministério Público e da Federação dos Municípios da Paraíba, que colocaram a
iniciativa como uma referência estadual e regional no manejo sustentável dos
resíduos urbanos. Semanalmente, são mais de vinte toneladas de resíduos sólidos
que deixam ir para o aterro sanitário.
Ainda segundo Ranieri Ferreira, o projeto “Fábrica de Solos”
significa várias situações de extrema relevância em diversas frentes, no
sentido de tratar corretamente os resíduos orgânicos, dar mais sentido para os
cursos desenvolvidos pelo IFPB e apresentar uma ação eficiente na produção
agrícola sustentável e no combate à desertificação e recuperação de áreas
degradadas: “É algo que nos empolga, ficamos felizes em conseguir desenvolver
algo que não está no hábito das políticas públicas municipais. Nós, gestores,
somos levados por um ambiente de cobrança, de imediatismo, das funções
obrigatórias, deixamos de praticar algo inovador e nos perdemos muito nisso.
Avalio que a ação está sendo muito pedagógica, está muito de ensinamento para
se atuar nas políticas públicas e, inclusive de se ter expressividade política.
É uma prática que a gente percebe que ela educa a sociedade enquanto cidadãos e
enquanto eleitores também”, finalizou o secretário municipal de Agricultura,
Turismo e Meio Ambiente.
Ascom/PMP
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