Covid-19: médicos destacam importância das doses de reforço da vacina.
Especialistas da saúde destacam que imunização é essencial
para se proteger de quadros mais graves da doença.
Aproximadamente 84% da população brasileira ainda não recebeu
a dose adicional da vacina contra a Covid-19, seja do tipo monovalente ou
bivalente. Um estudo sobre a eficácia do imunizante, publicado pela Agência
Brasil, enfatiza a recomendação médica para se tomar a dose extra.
A pesquisa, realizada em Toledo, no Paraná, entre novembro de
2021 e junho de 2022 pelo Hospital Moinhos de Vento, com o apoio da Pfizer
Brasil, em parceria com a Universidade Federal do Paraná, a Inova Research e a
Secretaria Municipal de Saúde, analisou a situação da Covid-19 em um contexto
de cobertura de imunização de 90% em 4.574 participantes acima de 12 anos.
“Estamos tendo agora nesse período um surto de covid. Isso
por si só era esperado. Significa que esses aumentos de casos de covid
acontecem eventualmente durante o ano, assim como acontece com a influenza,
dengue e outras doenças epidêmicas”, diz Darcy Albuquerque, médico tropical e
integrante da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Um relatório da Agência Fiocruz, divulgado na quinta-feira
(9), destaca a variação significativa dos casos de Covid-19 nos estados
brasileiros. Enquanto alguns estados, como Bahia, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e São Paulo, testemunharam aumento nas internações relacionadas à
Covid-19, outros, como Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná,
mostraram possíveis sinais de estabilização. Por sua vez, o Distrito Federal e
o Rio de Janeiro mostraram reversão nesse crescimento.
Durante o ano de 2023, foram registrados 155.628 casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Desses casos, 39,2% tiveram resultado
positivo para algum vírus respiratório, sendo 32,4% relacionados ao Sars-CoV-2.
Nas últimas quatro semanas, o Sars-CoV-2 foi predominante em 60% dos casos
positivos.
“Uma pessoa que tem um quadro leve acaba tomando um remédio e
tratando em casa, sem procurar o hospital. O caso não é notificado”, resume
Darcy Albuquerque. ”Com isso, o que sobra para ser notificado obrigatoriamente
são os casos mais graves”.
Conforme observa Albuquerque, os casos mais graves atualmente
fazem parte do grupo de pessoas que não se vacinaram ou não fizeram o esquema
completo da vacinação.
“A covid, em pessoas com um bom grau de imunização, se tornou
uma doença que não evolui com frequência como acontecia no início da pandemia”,
completa. O estudo divulgado pela Agência Brasil observou que a maior proteção
se manifestou logo após a administração das duas doses. Porém, ao longo do
tempo, essa defesa contra a infecção sintomática diminuiu. Para os
pesquisadores, esse declínio é um sinal da necessidade de doses de reforço,
além da adaptação das vacinas para lidar com as variantes mais recentes da
Ômicron.
Os pesquisadores argumentam fortemente a favor da
administração das doses de reforço da vacina contra o Sars-CoV-2 — e
reforçam a importância da vigilância contínua do comportamento da doença na
população, juntamente com a evolução do vírus. Também salientam a necessidade
de vacinas adaptadas com componentes específicos da variante Ômicron.
Fonte: Brasil 61 -
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