Em Picuí PB, Semana Municipal da Leitura tem evento sobre literatura de cordel e cangaço.
Na noite desta segunda, 20 de novembro, dentro da programação
da Semana Municipal da Leitura 2023, aconteceu um HTCP Coletivo com professores
da rede municipal de ensino, no Auditório Municipal “Djailma de L. Vasconcelos”,
em Picuí PB, O evento foi aberto pela secretária de Educação, Cultura e
Desporto, Maria da Guia Lucena, que deu boas-vindas aos presentes e falou da
importância do ato de ler, entre outros temas. Em seguida, a Filarmônica
“Coronel Antônio Xavier” fez uma participação especial – ocasião em que
apresentou seus novos músicos à comunidade – e a professora Walkyria realizou
uma contação de história.
Em seguida, foi a vez do cordelista e pesquisador Kydelmir
Dantas proferir a palestra “A literatura de cordel na sala de aula”, onde
mostrou o passo a passo dessa produção literária, além de contextualizá-la na
história brasileira. Finalmente, a pesquisadora e escritora Fabiana Agra
apresentou seu mais novo livro “As andanças de Antônio Silvino pelos sertões do
Seridó e Curimataú”.
RELEASE DO LIVRO
Dois anos após lançar “A Diáspora no Sertão do Seridó”, onde
narra a trajetória dos descendentes de cristãos-novos até chegarem aos sertões
do Seridó, a pesquisadora Fabiana Agra continua a desvendar a história ainda
não contada da região onde vive – dessa vez acrescentando o vizinho Curimataú
-, percorrendo os últimos anos do século XIX e primeiros anos do século XX,
período em que o cangaceiro Antônio Silvino reinava absoluto pelos sertões de
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Neste livro, a autora trata das
andanças do “Capitão” pelos sertões do Seridó e Curimataú.
O livro remete às antigas histórias que a autora ouvia na
hora de dormir, contadas pela sua avó Mariinha Cavalcante, ao pé da sua cama.
De “As histórias de Carlos Magno e os doze pares da França”, passando por
“Roberto do Diabo”, até chegar à “Donzela Teodora”, a menina daqueles tempos
foi decodificando em sua mente a época medieval, onde Dom Sebastião era
esperado em seu cavalo branco, enquanto São Jorge derrotava o dragão lá em
cima, lá na lua, naquelas estórias “pra-criança-dormir”. Depois vieram as feiras-livres
na cidadezinha do interior, com seus cordéis, com os repentistas dedilhando
versos do Cego Aderaldo, e os absurdos de Zé Limeira... Porém, o que mais fazia
a menina arregalar os olhos, era quando dona Mariinha contava as visitas que o
cangaceiro Antônio Silvino fazia à fazenda Riachão, propriedade de um dos seus
bisavôs maternos, Antônio Tomás de Medeiros. A menina tome a perguntar sobre
aquele homem, e dona Mariinha ia contando; eram histórias de gente grande, que
a avó amenizava no palavreado... Anos depois, a lembrança se fez presente, e a
autora resolveu correr atrás de livros, de antigos jornais e dos especialistas
no assunto, para colocar as regiões do Seridó e Curimataú no mapa do movimento
do Cangaço, através das alpercatas do “Rifle de Ouro”, do “Governador do
Sertão”, o Capitão Antônio Silvino.
Assessoria
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