DEZEMBRO VERMELHO: Brasil registra queda de óbitos por aids. Confira os números da Paraíba.
Apesar da redução, doença ainda mata mais as pessoas negras.
Houve aumento de casos entre pretos e pardos, representando mais da metade das
ocorrências desde 2015
os últimos dez anos, Paraíba registrou aumento de 13,5% no
coeficiente de mortalidade por aids, que passou de 3 para 3,4 óbitos por 100
mil habitantes. Em 2022, o estado registrou 164 óbitos tendo o HIV ou a aids
como causa básica, 37,8% mais que os 119 óbitos registrados em 2012. Entre as
capitais do país, João Pessoa registrou 5,2 mortes para cada 100 mil habitantes
no ano passado –número maior que à taxa nacional. As informações são do novo
Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, que
também aponta taxa de detecção de aids na Paraíba de 12,5 casos por 100 mil
habitantes. João Pessoas detectou 24,8 casos.
Em relação à detecção do HIV, em 2022, o documento mostra que
foram notificados 43.403 casos em todo o país, sendo 11.414 no Nordeste e 623
na Paraíba. A taxa de gestantes infectadas pelo HIV na capital paraibana é de
4,3 (casos por mil nascidos vivos). O diagnóstico em gestantes é fundamental
para que as medidas de prevenção possam ser aplicadas de forma eficaz e
consigam evitar a transmissão vertical do vírus.
Cenário nacional
A queda no coeficiente de mortalidade por aids na última
década foi identificada a nível nacional, passando de 5,5 para 4,1 óbitos por
100 mil habitantes. Em 2022, o Ministério da Saúde registrou 10.994 óbitos
tendo o HIV ou aids como causa básica, 8,5% menos do que os 12.019 óbitos
registrados em 2012. Apesar da redução, cerca de 30 pessoas morreram de aids
por dia no ano passado.
Critério raça/cor
Do total de óbitos no Brasil em 2022, 61,7% foram registrados
entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos.
Os dados reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para
respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações chave e
prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos. Ainda
segundo o boletim, na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013,
a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV.
Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e,
principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde
2015.
Para aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas
públicas de combate ao racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde
ao longo dos próximos anos, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o
preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do
cidadão no SUS. A partir de 2023, os sistemas não permitem mais o registro ‘sem
informação’, em mais um passo pela igualdade racial no país, uma das
prioridades do governo federal.
Prevenção e conscientização
Uma das formas de se prevenir contra o HIV é fazendo uso da
PrEP, método que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, que
permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o
vírus No mês dedicado à mobilização nacional de luta contra o HIV, a aids e
outras infecções sexualmente transmissíveis – Dezembro Vermelho – o Ministério
da Saúde lançou na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande
circulação de pessoas a nova campanha de conscientização com o tema “Existem
vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV”, reiterando a importância
do cuidado.
Ações de resposta do Ministério da Saúde
Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV
no Brasil, mas apenas 900 mil conhecem seu diagnóstico. Isso significa que
aproximadamente 100 mil pessoas ainda precisam ser diagnosticadas para que,
então, iniciem tratamento. Para ampliar essa linha de cuidado, o Ministério da
Saúde garantiu, em 2023, R$ 27 milhões para a compra de quatro milhões de
unidades de um teste rápido que detecta, simultaneamente, sífilis e HIV. A
inclusão do teste inédito no Sistema Único de Saúde (SUS) fortalece o rastreio
e dá mais agilidade ao tratamento para a população.
Outro importante anúncio do governo federal neste ano foi a diminuição da quantidade de comprimidos ingeridos diariamente para as pessoas que vivem com o vírus. Em vez de dois, será um. O medicamento combina dois antirretrovirais, ambos fornecidos pelo SUS: lamivudina e dolutegravir. O remédio facilita a vida do usuário, evita efeitos colaterais e mantém a carga viral controlada. A troca desse esquema terapêutico será realizada de forma gradual.
Fonte: Ministério da Saúde
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