Paraíba registra aumento no número de casos de Covid-19 em dezembro e médico faz alerta.
Fernando Chagas explica que casos graves são a minoria, mas
que números absolutos preocupam.
A Paraíba registrou neste mês de dezembro os maiores índices
de infecção por Covid-19 de 2023. Dos 8.325 casos positivos detectados ao longo
de todo o ano, 2.337 deles foram detectados até 23 de dezembro, o que
corresponde a 28,07% do total. Os dados estão no Boletim Epidemiológico nº 5,
que foi produzido pela Secretaria de Estado da Saúde.
Com relação aos números totais de 2023, o alento é que 95,2%
dos casos registrados são considerados leves, de forma que apenas 4,8% são
graves. Ainda assim, para o médico infectologista Fernando Chagas, essa boa
notícia é apenas relativa. Porque, de acordo com ele, em números absolutos,
acaba sendo muitas as pessoas que passam a apresentar problemas.
O médico destaca, afinal, que a porção de casos graves já
afetou 396 pessoas da Paraíba em 2023. Um número bem menor do que o registrado
na pior época da pandemia e minoritário diante dos números totais, mas que
ainda assim é relevante.
"É uma quantidade considerável. E isso demonstra como a
Covid-19 ainda é uma doença terrível", comenta Chagas.
Por exemplo, ele explica que só na Paraíba, no mês de
dezembro, já foram dez os óbitos registrados. "É uma doença com uma
capacidade muito grande de matar as pessoas", prossegue.
Ele destaca a força da vacina no combate à doença e justo por
isso destaca os três perfis que vêm sendo alvo dos casos mais graves: idosos,
pessoas que optaram por não se vacinar, aquelas que tomaram a última dose há
mais de um ano.
Diante desses perfis, inclusive, Fernando Chagas alerta para
a necessidade da população não relaxar e ir tomar a dose bivalente de vacina
contra a Covid-19. "Existe uma baixa cobertura vacinal das vacinas
bivalentes", lamenta.
Para além disso, ele adianta que a vacinação contra a
Covid-19 já foi oficialmente incluída no plano nacional de vacinação e que em
algum momento de 2024 toda a população brasileira será mais uma vez convocada a
se vacinar em massa, mantendo assim uma cobertura sempre renovada de proteção
contra o vírus.
O maior ponto de preocupação, ainda de acordo com Fernando
Chagas, é que o mês de dezembro não é um período esperado para o aumento de
casos, o que acontece normalmente entre maio e julho. E isso acaba por chamar a
atenção das autoridades de saúde. "A gente não esperava esse aumento.
Porque foi realmente um avanço muito rápido, principalmente no Nordeste".
Outra preocupação constante é com a o surgimento de novas
variantes da Covid-19, que podem levar ao aumento dos casos graves, mas também
do aumento dos casos leves que, no entanto, sofrem com um prolongamento dos
sintomas.
Por fim, e ainda de acordo com o Boletim Epidemiológico nº 5,
a maioria dos casos de Covid-19 em 2023 estão em João Pessoa (27,17%), Campina
Grande (9,44%) e Bayeux (7,36%). Ainda assim, Fernando Chagas diz que esses
números estão completamente subnotificados. "O número é muito maior. Os
testes de farmácia não entram na estatística".
Por g1 PB
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