Pagamento por Aproximação ganha preferência entre jovens e desafia segurança cibernética.
O pagamento feito com cartão por aproximação foi preferência
de 81% dos jovens entre 18 e 24 anos, em 2023. Os dados são da Associação
Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
A tecnologia é a que mais cresce entre os meios de pagamento,
conforme o levantamento da Abecs. Com alta de 66,3% no terceiro trimestre de
2023, em relação ao mesmo período de 2022, o tipo de serviço movimentou R$
256,5 bilhões no ano passado.
Pela primeira vez, os brasileiros pagam mais por aproximação
do que com cartão tradicional em compras presenciais. Em setembro de 2023, mais
da metade (52,3%) das transações presenciais foram realizadas com a tecnologia
NFC (Near Field Communication) que permite ao cliente realizar o pagamento.
Já em quantidade de transações, foram registrados mais de 119
milhões de pagamentos com cartões, por dia, durante o terceiro trimestre do ano
passado. Ao todo, foram 10,7 bilhões de transações, o que representou um
crescimento de 12,9% em comparação com o mesmo período de 2022.
Golpe do cartão por aproximação
Apesar da popularidade, especialistas alertam para os riscos
de crimes cibernéticos relacionados ao pagamento por aproximação, como o
golpe do cartão por aproximação e roubo de dados.
Segundo o advogado especialista em direito digital Luiz
Augusto D’Urso, já existem vírus capazes de manipular o sistema das máquinas de
cartão de crédito. Esse vírus bloqueia o pagamento por aproximação e leva o
cliente a só efetuar a compra após inserir o cartão na máquina. Desta forma, os
cibercriminosos conseguem capturar dados como senha e código de verificação.
“Primeiro, eles [vírus] desativam aquele sistema de pagamento
por aproximação para obrigar o consumidor a inserir o seu cartão na maquininha
e digitar a sua senha. Ao fazer isso, essa máquina que já está programada para
subtrair essas informações será utilizada para depois acessar esses dados
coletados indevidamente”, explica.
Para D'Urso, estabelecimentos com sistemas desatualizados ou
com licenças piratas acabam deixando as maquininhas utilizadas para pagamentos
com cartão ainda mais vulneráveis.
Já para o advogado especialista em direito penal, Bruno
Feldens, os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros recursos e possibilidades,
mas, conforme a tecnologia prospera, as vulnerabilidades e técnicas de invasão
também crescem.
“Com o incremento tecnológico da vida moderna, os criminosos
também vão se adaptando e vão evoluindo e vão criando técnicas cada vez mais
rebuscadas para fraudar, para enganar as vítimas, enganar os sistemas, se
aproveitando de certas vulnerabilidades de segurança dos sistemas para dar
golpes”, aponta.
Golpe do cartão por aproximação: como se proteger
Mesmo os criminosos se aperfeiçoando cada vez mais, os
especialistas dizem que é possível se proteger com alguns cuidados e atenção na
hora da compra. Coforme orientação de Luiz Augusto D’Urso, ao utilizar o cartão
por aproximação, se a máquina der problema, verificar a razão desse problema e
cancelar a operação solicitando nova forma de pagamento.
Bruno Feldens concorda e ainda reforça a importância da
vítima procurar as autoridades para fazer a denúncia. “Quanto mais vítimas
fizerem o registro do fato maior a chance da polícia conseguir chegar até os
criminosos porque a partir da pluralidade de vítimas as investigações podem
tomar um caminho mais fácil de ser seguido”, revela.
De acordo com Feldens, o crime é caracterizado como furto e a
pena para quem pratica esse tipo de crime pode chegar a 8 anos de prisão. “Esse
meio que eles utilizam pode ser enquadrado no furto mediante fraude, uma vez
que eles estão subtraindo coisa alheia mediante fraude. Esse é um crime
tipificado no Código Penal e que tem uma pena de até 8 anos”, destaca.
Fonte: Brasil 61 –
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