Paraíba registra terceira doação de múltiplos órgãos em menos de 20 dias.
O fígado, os rins e as córneas de uma paciente de 30 anos,
vítima de um acidente vascular cerebral isquêmico, foram doados na noite dessa
quarta-feira (17) no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena,
em Joao Pessoa, unidade de saúde do Governo da Paraíba. A doação foi autorizada
pela família da paciente, após a confirmação da morte encefálica.
Essa é a terceira doação de multiórgãos registrada pela
Central Estadual de Transplantes em apenas 18 dias do ano. Por meio do gesto,
cinco pessoas que estavam na lista de espera vão ter a possibilidade de ter
melhor qualidade de vida. As outras duas doações em 2024 foram registradas no
dia 1º de janeiro, também no Hospital de Trauma de João Pessoa, e no dia 7, no
Hospital Metropolitano, em Santa Rita.
Todos os órgãos doados beneficiaram receptoras mulheres. O
fígado foi para uma paraibana, de 54 anos; o rim direito foi para uma receptora
de 50 anos do estado de Pernambuco; e o rim esquerdo para outra pernambucana,
de 54 anos. As córneas foram encaminhadas para o Banco de Olhos, onde são
primeiro avaliadas.
O médico da equipe captadora, José Olímpio Maia, explica que
o transplante só acontece por meio da doação, mesmo em meio ao luto da família
doadora. “A captação é um procedimento
que coroa o processo da doação de órgãos, que é um ato de amor feito pela
família no momento de dor, que já não tem mais como recuperar a vida do ente
querido, que já está em morte cerebral e esses órgãos podem ser usados em
outros pacientes que têm falência de fígado, rins e outros órgãos,” destaca.
Para a diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, o
ambiente multidisciplinar com vários profissionais é o diferencial que traz a
excelência para o trabalho da equipe. “Em uma captação de órgãos, nós
precisamos do apoio multiprofissional tanto para o diagnóstico, quanto para
abordagem familiar e para o suporte ao paciente crítico. Também é fundamental a
sensibilidade da família, que sem a permissão deles, nada acontece,” pontua.
Para ser doador não é necessário deixar a informação por
escrito, e em nenhum documento. Basta comunicar à família o desejo da doação. A
doação de órgãos só se efetiva após autorização familiar, conforme a lei 10.211
de 23 de março de 2001.
Assessoria
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