Atuação do MP garante o diagnóstico de mais quatro doenças raras, nos 223 municípios da PB.
128 municípios atendem recomendação do MPPB e aderem à
sistema do Lacen para ofertar o teste do pezinho ampliado.
Cerca de 130 municípios paraibanos atenderam à recomendação
do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e providenciaram o seu cadastramento e
capacitação no Sistema de Informação do Teste do Pezinho Matrix-NET, do
Laboratório Central do Estado (Lacen). Com isso, essas cidades passaram a fazer
a coleta do exame e a emitir laudos para mais quatro doenças raras:
toxoplasmose congênita, galactosemia, leucinose e deficiência de G6PD (tipo de
anemia hemolítica hereditária). Antes, pela falta de adesão ao sistema, só era
possível detectar seis doenças e distúrbios raros em recém-nascidos, nessas
localidades. A atuação ministerial possibilitou a ampliação da testagem
neonatal nos 223 municípios, que estão aptos a detectar e tratar 10 doenças e
distúrbios raros em bebês.
Segundo a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às
promotorias de Justiça de defesa da saúde (CAO Saúde), a promotora de Justiça
Fabiana Lobo, a medida é fundamental para a efetivação da Lei Estadual
11.566/2019, que determina a oferta do teste do pezinho na modalidade ampliada,
para rastrear e identificar na população recém-nascida distúrbios e doenças
metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas (como a fenilcetonúria,
o hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, por exemplo). “O Lacen tem um
equipamento capaz de fazer a análise e triagem de até 10 doenças raras, mas, em
128 cidades só estava fazendo a análise de seis doenças, porque os municípios
não tinham se cadastrado e feito a capacitação. Esse cadastro permite acessar o
sistema e gera um formulário diferenciado. Após essa atuação integrada, todos
os municípios passaram a testar 10 doenças raras, o que vai permitir aos
pacientes a intervenção médica em tempo oportuno, prevenindo agravos de saúde e
mortes”, destacou a promotora de Justiça.
A coordenadora do CAO Saúde explicou que, em maio de 2023, o
autor da lei estadual, o deputado Jeová Campos, procurou a instituição
ministerial para denunciar o seu descumprimento e a violação de direitos dos
bebês paraibanos. Em razão disso, foi instaurado procedimento e elaborada uma
Nota Técnica destinada aos promotores de Justiça com atribuição na defesa da
saúde para que houvesse uma atuação uniformizada, em todo o Estado, cobrando o
cumprimento da lei por parte dos municípios.
Os promotores de Justiça expediram recomendação aos gestores
municipais, cobrando a adoção de diversas providências para o cumprimento da
lei, dentre elas a adesão e capacitação de profissionais no Sistema Matrix-NET
do Lacen. “Essa atuação integrada teve a participação fundamental da Secretaria
de Saúde do Estado, responsável pelo monitoramento dessa situação. Após esse
esforço coletivo, que uniu MPPB, Famup (Federação das Associações dos
Municípios da Paraíba) e as secretarias estaduais e municipais, foi possível
superar esse entrave para que a população de recém-nascidos de todo o Estado
tenha seu direito ao teste do pezinho ampliado efetivado. Agora, vamos atuar
para que seja feita a busca ativa dos bebês e para ampliar os locais de coleta
do exame”, disse.
Webinar
Nesta sexta-feira (23/02), o MPPB vai promover, às 9h, o
webinar "Políticas públicas e inclusão: direitos e desafios da pessoa com
doença rara" (Saiba mais). Os palestrantes abordarão os direitos, desafios
e garantias das pessoas com doenças raras e o seu papel no enfrentamento dos
desafios e seu protagonismo na sociedade. Também serão discutidos a atenção
integral à pessoa com doença rara e a atuação das associações de pacientes na
defesa dos direitos e interesses dos pacientes.
O público-alvo do webinar são membros, assessores e
servidores do MPPB. Também puderam se inscrever pessoas do público externo,
especialmente a profissionais da área e cidadãos interessados na temática.
Assessoria MPPB
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