Aumento dos casos de dengue reforça papel dos agentes no combate ao mosquito.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui, ao todo, 61
mil agentes de combate às endemias e 265 mil agentes de saúde.
O Brasil registrou mais de 345 mil casos prováveis de dengue
de 31 de dezembro de 2023 a 5 de fevereiro de 2024, segundo dados publicados no
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. O avanço do número de casos
indica a importância do monitoramento, cuidado e medidas de prevenção
relacionadas à dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Conforme o Ministério da Saúde, medidas simples podem ser
realizadas por toda a população, ajudando na redução dos focos de proliferação
do mosquito. Dentre as ações estão: manter a caixa d’água bem fechada, colocar
areia nos vasos de plantas, guardar pneus em locais cobertos, não acumular lixo
ou entulhos, esvaziar garrafas e potes.
A população também pode atuar no combate e redução de casos,
dando suporte ao trabalho dos agentes de combate às endemias (ACEs) e dos
agentes comunitários de saúde (ACSs) essenciais para a promoção da saúde.
Na avaliação do advogado especialista em direito da saúde,
Elton Fernandes, os agentes têm um papel importante na prevenção, na
erradicação e no combate à dengue.
“A gente sabe claramente que é parte expressiva do criadouro
do mosquito da dengue, está pela ausência de cuidado, muitas vezes até pela
falta de saneamento básico. Então, os agentes, sem dúvida nenhuma, têm um papel
bastante importante na prevenção, na erradicação, no combate à dengue. A
erradicação desse mosquito, no final de contas, é um papel bastante importante,
porque a conscientização das pessoas, a fiscalização das pessoas com esses
agentes, sem dúvida nenhuma, pode permitir que a gente diminua os casos de
dengue em todo o Brasil”, afirma.
O estado mais afetado pela doença é Minas Gerais, o
segundo mais populoso do Brasil, com mais de 111,107 casos prováveis
registrados de dengue. Nos municípios de Uberlândia e Araguari, situados na
região do Triangulo Mineiro, já foram notificados quase 3 mil casos
prováveis da doença, conforme dados da Secretaria de Saúde do estado (SES-MG).
Segundo o secretário Municipal de Saúde de Uberlândia, Adenilson Lima,
medidas de combate ao mosquito transmissor da dengue estão sendo intensificadas
na cidade, inclusive o aumento de visitas domiciliares pelos agentes de saúde.
"A prefeitura tem tomado várias medidas para evitar a
proliferação do mosquito e da doença, mas nenhuma medida será efetiva sem a
participação da população. Foi determinado o aumento das visitas
domiciliares, aumento da coleta de entulho, do recolhimento de pneus,
das ações de fumacê e também dos combates com veneno de bombas costais. No
entanto, as medidas de controle da dengue só serão efetivas com a participação
da população de Uberlândia", afirma.
Agentes Comunitários de Saúde no Brasil
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 61 mil agentes
de combate às endemias que atuam na vigilância epidemiológica e ambiental, na
prevenção e controle de doenças e na promoção da saúde. Além disso, há 265 mil
agentes comunitários atuantes no campo da saúde da família, na prevenção de
doenças e na promoção da saúde, em ações domiciliares, comunitárias,
individuais e coletivas.
De acordo com a Federação Nacional de Agentes Comunitários de
Saúde (Fenasce), o país tinha, em 2023, cerca de 291 mil agentes de saúde e 100
mil agentes para combate às endemias. Em 2022, o país possuía cerca de 400 mil
agentes.
Mesmo desempenhando uma função fundamental na atenção
integral à saúde, os municípios não são obrigados a ter agentes comunitários,
como explica a advogada especialista em direito da saúde Alexandra Moreschi.
“Esses profissionais não são obrigatórios de tê-los nos
municípios e nos estados. Contudo, o governo federal incentiva com bastante
veemência a manutenção desse tipo de profissional, porque ele é um profissional
que traz principalmente a possibilidade de vigilância em relação à própria
vigilância comunitária. Então, é muito importante que esse profissional além de
estar sendo utilizado nesse momento, em especial quando a gente fala das
questões da dengue, mas também que eles possam ser capacitados para poder
exercer melhor o seu mister profissional”, explica
Programa Mais Saúde com Agente
Com o intuito de ampliar e preparar agentes comunitários e
agentes de endemias, o Ministério da Saúde lançou o Programa Mais Saúde com
Agente. A iniciativa oferta cursos técnicos e integra Atenção Básica e
Vigilância em Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2024, o prazo de adesão pelos municípios ao programa
termina na próxima quinta-feira (8). A adesão deve ser feita pela plataforma
e-Gestor AB, por gestores locais ou secretarias de saúde. A previsão é de serem
ofertadas 180 mil vagas para todo o país ao longo de 2024.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2023 foram formados mais de
170 mil ACS e ACE. A expectativa é formar mais de 300 mil profissionais no
âmbito do SUS até o fim de 2026.
Fonte: Brasil 61 –
Nenhum comentário